No grande reino de Jerusalém, onde as aparências governam, um rei misterioso com uma máscara esconde mais do que cicatrizes; Ele esconde um coração partido e a dor da solidão que o rodeia. Sob a máscara que cobre seu rosto, ele se move como uma somb...
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Rei Balduíno, com a voz trêmula de surpresa, perguntou.
- Quem abriu os portões para você entrar? E revelar o rosto que sob a máscara eu quis ocultar?
Lily, com gentileza, respondeu sem demora.
- Não foi minha intenção, majestade, nesta hora, ver o que se esconde por trás da máscara. Somente queria trazer a sobremesa, um doce alívio para o açoite.
Ele buscou sua máscara, escondida na sombra dela, enquanto ela, com o prato, sentia-se uma singela Cinderela.
- Não se irrite, meu rei, não é minha intenção zombar, apenas servi o banquete, como prometi mais cedo que faria!
Com um suspiro, o rei a máscara enfim encontrou, e com um gesto, a paz entre eles se restaurou.
- Perdoe-me, Lily, pela minha pressa e rudeza, sua presença traz mais luz do que a própria realeza.
E assim, entre olhares e um silêncio eloquente, o rei e Lily partilharam um momento diferente. A máscara caiu, não só a que cobria o rosto, mas também a que esconde sentimentos tão dispostos.
Balduíno, com um olhar de preocupação, questionou a mulher.
- Não teme, Lily, o que a noite pode esconder? Pegue a máscara, não quero que você venha a sofrer.
Mas Lily, firme, com doçura, o interrompeu.
- Não, meu rei, hoje a sobremesa sou eu quem ofereceu. Comemos juntos, sem máscaras ou disfarces, Partilhemos o doce, e esqueçamos os alaridos e as farces.
O rei, resignado, tentou sua máscara alcançar, mas Lily o segurou, não queria o momento estragar. Ela, pequena em estatura, mas grande em coragem, deu-lhe um selinho, um gesto de pura homenagem.
Surpresos, os dois, pelo ato inesperado, Balduíno a afastou, seu dever recordado.
- Não pode ser, Lily, minha doença é um perigo, não serei eu a manchar seu futuro, seu abrigo.
E assim, entre o doce e a amarga realidade, eles enfrentaram juntos a dura verdade. Um selo de afeto, breve e fugaz, mas em seus corações, uma marca que sempre satisfaz.
Lily, com um olhar sereno, disse ao rei.
- Não me importo com o perigo, nem com o que virá depois, sua presença é o que me acalma, é o que me traz paz. O que importa agora é este momento, em que juntos estamos.
Ela segurou as mãos dele, com um toque suave e firme.
- Vamos esquecer o mundo lá fora, e suas regras tão grises. Aqui e agora, somos apenas duas almas a compartilhar, uma sobremesa, um instante, sem nada a nos separar.
Balduíno, tocado pelas palavras de Lily, sentiu o peso se aliviar, e naquele breve momento, permitiu-se simplesmente estar. Juntos, desfrutaram da sobremesa, em silêncio e companhia, e naquele doce interlúdio, encontraram uma rara alegria.
O rei sorriu, um sorriso torto que revelava sua insegurança.
- Como pode gostar de mim assim, com esta aparência desigual? Você, com sua beleza, teria muitos a cortejar, e eu, apenas um fardo, um peso a carregar.
Lily, com convicção, olhou nos olhos do rei e disse.
- As aparências são efêmeras, mudam com o tempo e a maré, mas a verdadeira beleza, aquela que realmente importa, é a que reside dentro, pura e sem cortes.
Você é puro, rei meu, obediente ao divino, um bom homem, cujo coração é um tesouro fino. Não é o rosto que define o valor de alguém, mas sim as ações e o amor que de dentro vem.
E assim, entre verdades e sentimentos sinceros, eles encontraram um elo mais forte que os aços e ferros. A beleza externa pode atrair os olhares, mas é a beleza interna que os corações pares.
Com um sorriso, o rei a guiou até a mesa adornada, juntos, no chão se acomodaram, a conversa animada. A sobremesa diante deles, um convite ao deleite, mas um acidente pequeno logo os pôs em açoite.
O garfo do rei ao chão caiu, um deslize de Lily, ele se contraiu, o rosto emburrado, um tanto pueril.
- Você comerá tudo, não há tempo para mais um garfo buscar! - Disse ele, entre o nojo e o desejo de não mais falar.
Mas Lily, astuta, com um gesto de cumplicidade, pegou um pedaço do doce, oferecendo com simplicidade. Até os lábios do rei o doce ela levou, e ele, sem resistir, o sabor do perdão provou.
Entre risos e olhares, a leve briga se desfez, e naquele doce momento, a harmonia prevaleceu outra vez. A sobremesa compartilhada, um elo entre dois corações, naquela noite, o rei e Lily esqueceram suas limitações.
Na penumbra do quarto, o rei hesitou.
- Tem certeza, Lily? Não quer evitar o contato?
Mas ela, decidida, com um sorriso respondeu.
- Juntos comeremos, sem medo do que sucedeu.
A sobremesa saborearam, e ao terminar, preparavam-se para a noite abandonar. E assim, eles compartilharam algo mais doce que qualquer doce: a doçura da aceitação e o gosto da verdadeira beleza.
Ao terminarem, ficaram rindo e conversando, Balduíno se segurava para não atacar os lábios de Lily, ele temia que ela não gostaria disso.
Lily, temendo ser vista, apressou-se a fugir, se os guardas a vissem, o que iriam decidir?
Balduíno, sozinho, refletiu sobre o encontro, o toque dos lábios, um sentimento tão pronto. Nunca antes uma mulher tão perto ele teve, E naquele momento, de amor ele se atreve.
Queria mais de Lily, seu coração declarou, beijá-la, abraçá-la, o quanto ela encantou.
"Linda e especial", ele queria expressar, e em seus braços, eternamente, a segurar.
O rei então resolveu jantar, ele deveria ter feito antes da sobremesa, mas Lily insistiu muito e ele acabou cedendo.
Minutos Depois...
Após o jantar, o rei, já com a máscara posta e as vestes ajustadas, foi interpelado por Tibérias. A pergunta era simples, mas carregada de expectativa.
- Voltará à festa, majestade? - Sem hesitar, o rei afirmou que sim. O desejo de ver Lily novamente pulsava em seu coração, trazendo-lhe uma empolgação que há muito não sentia.
Tibérias, com a eficiência de sempre, auxiliou o rei nos últimos preparativos. E assim, o rei deixou seus aposentos, não mais como o homem marcado pela doença, mas como um monarca ansioso por celebrar a vida e, quem sabe, por encontrar um novo motivo para sorrir no olhar de Lily.
A festa em honra ao aniversário do príncipe retomou seu brilho, e o rei, entre os convidados, movia-se com uma leveza que só a esperança e um novo afeto poderiam conferir. Era uma noite de celebração, mas para o rei, era também uma noite de renovação e talvez, de um novo começo.
