XIX

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O sol da manhã banhava o quarto de Lily com uma luz dourada e suave

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O sol da manhã banhava o quarto de Lily com uma luz dourada e suave. Ela estava deitada na cama, lembrando do susto que havia passado. Mas seus olhos refletiam uma nova clareza, e um leve sorriso tocava seus lábios.

O rei havia ordenado que todos os seus afazeres fossem suspensos, permitindo que ela tivesse o descanso necessário para uma recuperação completa. O quarto estava tranquilo, apenas o canto dos pássaros e o farfalhar das cortinas ao vento preenchiam o espaço.

Ava entrou silenciosamente, trazendo uma bandeja com uma pequena refeição.

- Como você está se sentindo hoje, Lily? - Ela perguntou, colocando a bandeja ao lado da cama.

- Melhor, obrigada. - Lily respondeu, sua voz ainda um pouco fraca, mas cheia de gratidão. - A dor está diminuindo, e eu... eu estou feliz por estar viva.

Ava assentiu, um sorriso caloroso em seu rosto. - Isso é bom ouvir. E não se preocupe com nada. O rei insistiu que você deve descansar o quanto precisar.

Lily olhou pela janela, observando o céu azul claro e as árvores balançando ao vento.

- Eu só quero esquecer tudo o que aconteceu. - Ela disse suavemente. - Quero começar de novo.

- E você vai. - Ava afirmou, segurando a mão dela. - Nós todos estamos aqui por você. E quando você estiver pronta, vamos ajudá-la a se levantar e seguir em frente.

Lily sorriu, apertando a mão de Ava. Ela sabia que tinha um longo caminho pela frente, mas também sabia que não estava sozinha. Com o apoio do rei e de seus amigos, ela encontraria forças para se recuperar desse susto e abraçar o futuro que a esperava.

Assim que a mais velha saiu, Lily deslizou silenciosamente pelos corredores do palácio, sua determinação tão firme quanto seus passos. Os guardas, distraídos e despreparados para sua astúcia, não notaram a sombra que se movia com tanta graça. Ela alcançou o estábulo sem ser vista, o cheiro de feno e cavalos preenchendo suas narinas.

Dentro do estábulo, os cavalos relinchavam suavemente, suas cabeças erguidas com curiosidade ao sentir a presença de Lily. Ela passou por eles, seus olhos avaliando cada um até que um em particular chamou sua atenção. Era um cavalo de pelagem castanha, com manchas brancas que salpicavam seu focinho e patas. Seus olhos eram vivos e inteligentes, e quando ele a viu, ele se aproximou com uma calma confiante.

Lily estendeu a mão, deixando que o cavalo a cheirasse, sentindo a conexão imediata entre eles.

- Você vai me ajudar. - Ela sussurrou, acariciando o focinho do animal. - Vamos juntos encontrar justiça.

Lily ofereceu comida ao cavalo, pegando um pote que estava por perto e aguardando pacientemente até que o animal estivesse pronto para soltar tudo, depois de ter digerido a comida.

Assim que ela conseguiu o que queria, tomou um susto ao ver quem a olhava.

- Majestade... - Ela estava com medo do rei fazer perguntas.

- Este é o meu cavalo. - Ele se aproximou e fez carinho no animal. - Onde vai com esse pote cheio de fezes?

- Ah, é que eu coleciono. Eu ia guardar. - Lily riu, um tanto constrangida.

- Coleciona? - Balduíno percebeu que Lily mentia, ele se perguntava o porque ela mentia tanto para ele, mas resolveu fingir acreditar, até ela confessar.

- Sim. Bom, se me der licença, irei guardar minhas coisas, até mais. - Se curvou ao rei e saiu, apressadamente.

Com o passar dos dias, Balduíno desenvolveu um ritual: ele entregava um pote a Lily todos os dias. Ela já não aguentava mais, o rei estava sabendo de algo e ela não queria admitir.

Em um certo dia, ela estava em seu quarto com mais um pote de fezes de cavalo que o rei lhe dera. Lily abriu a tampa e foi até a janela, virando o conteúdo do pote janela abaixo.

Balduíno, ao abrir a porta de seu quarto, se depara com Lily descartando o conteúdo do pote, um ato que ela realizava em segredo. Ela ouviu o barulho e se virou para trás, vendo o rei a encarando.

- Lily... Você, não gostou dos meus presentes? - Entrou no quarto e falou com um tom triste, fazendo a jovem se culpar.

- Sim, mas não pode ficar por muito tempo por aqui, pode acabar estragando.

- Quero saber a verdade, não minta!

- Tudo bem. - Ela abaixou a cabeça e começou a falar. - Tudo isso não passava de um plano para me vingar de Guide, ele quase me jogou da sacada e me acusou de ter roubado você, já que saí do seu quarto.

- E, como pretendia se vingar?

- Eu queria jogar essas fezes na cabeça dele, mas você toda vez me impedia, dando mais potes e eu precisava me preocupar em onde descartá-los.

- Lily, você sabe que isso é errado!

- Eu sei, me perdoe. Joguei fora o último pote pela janela, não irei mais ir com o plano de vingança adiante.

- A vingança só torna a nossa vida mais complicada, eu irei conversar com Guide e fazê-lo entender que o que fez a você é errado.

- Obrigada por me compreender. - Ela sorriu.

O rei, prestes a falar com Lily, foi abruptamente interrompido pela chegada tumultuada de Guide. Com a expressão furiosa e a cabeça cheia de fezes do animal, que Lily havia jogado pela janela, Guide não poupou palavras ao expressar sua indignação.

Os guardas, percebendo a intensidade da situação e para evitar que escalasse ainda mais, agiram rapidamente para afastar Guide do local, levando-o para longe e restaurando a ordem.

- Parece que sua vingança se cumpriu, mesmo você se arrependendo de fazê-la.

- Não foi minha intenção, até que foi, mas não hoje.

- Gostaria de andar a cavalo comigo?

- Teria algum problema eu não saber andar a cavalo?

- Não sabe andar a cavalo? - Balduíno perguntou chocado com a descoberta.

- Meu irmão ficou de me ensinar.

- Então venha. - Estendeu a mão para a jovem.

Lily, com uma mistura de curiosidade e ansiedade, pegou na mão do rei e os dois saíram de seu quarto.

Ao chegarem ao estábulo, Balduíno conduziu Lily até seu cavalo mais confiável. Com movimentos ágeis e seguros, ele montou no animal e estendeu a mão para ajudar Lily a subir e ficar na sua frente.

* * *

Lily olhou para o chão, suas bochechas corando e o desespero tomando conta de si.

- Eu não sei comandar o cavalo. - Ao perceber que a jovem estava envergonhada, balduíno tentou acalmá-la.

- Não há motivo para vergonha, Lily. - Tentou passar confiança a ela. - Todos temos que começar de algum lugar. Eu estarei atrás de você te auxiliando, até que você se sinta tão livre quanto o vento nas planícies.

Com essas palavras reconfortantes, Lily sentiu sua vergonha se transformar em determinação. Juntos, eles começaram a jornada, não apenas através das terras desconhecidas, mas também rumo a uma nova confiança compartilhada.

Balduíno a ajudava a guiar o cavalo pelo campo, os dois se divertiam juntos e riam. As horas foram se passando e os dois nem perceberam.

O nervosismo foi embora e Lily se empolgou, mas resolveu não fazer nenhum movimento brusco para não derrubar o rei e ser acusada de querer assassinar balduíno.

Amor Além da Máscara: Cicatrizes do Coração Onde histórias criam vida. Descubra agora