Capítulo III

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Sentados em frente a fogueira, Vegeta observava Bulma, do outro lado das chamas, comendo a carne de caça com delicadeza. Ela realmente parecia faminta, mas não dispensava a colher em sua mão, o que dificultava ela devorar o pedaço de carne.

Os homens que ainda não havia se recolhido para dormir um pouco, olhavam atômico para os modos da princesa. Enquanto eles pegavam o pedaço de carne assada com as mãos e cravavam seus dentes, Bulma dificultava as coisas tentando tirar os pedaços para levar a boca com aquela pequena colher de madeira.

Balançando a cabeça negativamente, o barão levantou-se do tronco caído ao qual estava sentado, fazendo seu irmão, que estava sentado ao seu lado até então, o olhar desconfiado.

Caminhando até Bulma, que estava um tanto sozinha daquele outro lado da fogueira, sentou-se ao seu lado.

- Não há necessidade de usar seus modos aqui, Princesa – sussurrou ele um tanto bruto. – Pegue essa carne com a mão e coma ela direito.

- Não, obrigado – ela sussurrou com o mesmo tom que o dele. – Prefiro continuar com os meus modos.

- Seus modos a deixarão com fome – suspirou Vegeta. – Pare de cerimônias, não há ninguém aqui para você tentar impressionar com sua requinte educação.

- Não quero impressionar ninguém. – Bulma largou a colher,  finalmente depositado seu olhar no barão. – Deixe-me comer em paz, senhor.

- Não está comendo, está lutando com a comida – disparou Vegeta impaciente. – Vamos, pegue essa carne com a mão de uma vez.

- Não existe palavras educadas em seu vocabulário? – Bulma parecia tão irritada quanto ele. – Desde que eu o conheci só ouvi disparar ordens sem um pingo de educação. Dizer as palavras “por favor” e “obrigado” não vai mata-lo, sabia?

Vegeta passou a mão no rosto de maneira frustrada. Ele podia ser desprovido de educação como era acusado pela princesa, mas ela também não era o sonho do paraíso, a teimosia dela o tirava do sério, e certamente o enlouqueceria se ele passasse muito tempo perto dela.

- Muito bem, milady. – Ele a olhou com os olhos carregados de impaciência. – Vossa senhoria poderia fazer o favor de pegar a carne com as mãos para conseguir comer direito, por favor?

Bulma fez uma careta de agonia conforme as palavras foram disparadas. O barão parecia estar engolindo pregos enquanto dizia o “por favor”.

- Isso parece doloroso. – Bulma ainda permanecia com a mesma careta.

- Só coma de uma vez – rosnou ele. – Amanhã cedo quero voltar a viagem, e você desmaiar no meio do caminho por ter comido como um passarinho não está em meus planos.

- Vou fazer o que pede, senhor, mas apenas porque não ameaçou usar de violência como da última vez. – Bulma colocou os dedos na carne tirando um pedaço dela. – Talvez os maus tenham redenção, afinal.

Vegeta, que já pensava em sair do lado de Bulma, colocou as mãos no joelho e a olhou perplexo.

- Eu jamais usaria de violência com uma mulher – disse ele ofendido. – O que faz você pensar que eu machucaria você fisicamente?

Engolindo o pedaço de carne em sua boca, Bulma voltou a olhar para Vegeta.

- Você me ameaçou, não lembra? – Indagou ela em tom de acusação. – Me disse que não deveria despertar sua ira.

- Isso não quer dizer que eu... – Vegeta parou de falar quando percebeu que iria se repetir, dizendo pela segunda vez que jamais bateria em uma mulher.

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