Capítulo IV

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Os cavalos galopavam com uma velocidade reduzida ao que estavam acostumados por conta do gelo fixado ao chão, mas de qualquer forma não estavam exatamente lentos, ainda andavam mais rápidos do que qualquer ser humano poderia conseguir.

A temperatura estava baixa e Bulma se agarrava ao casaco de pele que haviam dado à ela antes de subir no cavalo na manhã daquele dia, ela também, de maneira discreta, é claro, se aconchegava ao tórax de barão para se aquecer, mas por Deus, estava frio demais. Ela podia sentir seus dedos endurecendo dentro de seus sapatos, e seu lábio inferior tremia levemente, mesmo que ela tentasse a todo momento controlar aquilo.

Ela sentia-se constrangida por estar sentindo tanto frio, por estar tremendo, não porque sentir frio fosse exatamente uma coisa vergonhosa, mas pelo fato de parecer ser a única, em meio aqueles homens, estar realmente sendo afetada pela baixa temperatura.

Vegeta e seus homens pareciam imunes ao gelo que os cercavam, não que eles não estivessem agasalhados ou com as faces avermelhadas, mas tremer, somente ela tremia.

Por conta disso, Bulma tentava a todo custo fingir não estar sentindo o frio que sentia, lutava bravamente contra os calafrios e os tremores, chegou a apertar um lábio no outro para ninguém ver que estava congelando.

O barão pareceu perceber que sua prisioneira estava com muito frio, pois, naquele exato momento, ele tirou uma das mãos da rédea do cavalo e apertou a cintura de Bulma contra seu corpo com mais intensidade.

A princesa chegou a abrir os lábios para arfar diante de tal atrevimento por parte de seu raptor.

- Minha honra ficará manchada, e o senhor pode sentir-se culpado por isso, Barão.

O tom foi de ameaça, e Vegeta quase sorriu ao constatar isso.

- Acredito que posso viver até a velhice tranquilamente carregando tal culpa.

Bulma chegou a piscar rapidamente os olhos diante do sarcasmo do barão, ela não podia acreditar no atrevimento. Será que todos os homens são desprovidos do sentimento que causa arrependimento?

A indagação interior lhe causou desconforto, as lembranças amarguraram sua boca ao ponto dela engolir a saliva e sentir como se estivesse engolindo veneno.

Padre Briefs uma vez havia lhe dito que todos tem a chance de entrar no Reino dos Céus, até mesmo o mais cruel dos homens, se eles se arrependesse antes do último suspiro.

Bulma conhecia muito pouco do mundo, mas o pouco que vira no último ano, fazia ela ter a clara certeza que os homens não se arrependem, na verdade, pareciam gostar de causar dor e sofrimento.

Vegeta sentiu o corpo de Bulma se tensionar, e ele sabia, não era por conta do frio. Ele chegou a abrir a boca para perguntar no que ela pensou para estar tensa daquele jeito, mas o barulho de um corpo caindo no chão junto com um relinchar desesperado de um cavalo chamou sua atenção.

Virando seu pescoço rapidamente em direção ao barulho, Vegeta viu um de seus homens caído no chão com uma flecha cravada em seu pescoço. Sem pensar duas vezes, ele soltou a cintura de Bulma e segurou as rédeas com as duas mãos e as puxou, fazendo assim o cavalo parar, o restante de seus homens o copiou e instantemente uma quantidade absurda de homens surgiram montados em seus cavalos em meio a floresta, gritando e urrando com suas espadas na mão.

O barão, com uma agilidade impressionante, tirou a princesa de cima de seu cavalo, a jogando no chão com a delicadeza de um troglodita, fazendo-a abrir a boca em espanto enquanto suas costas e bunda atingiam o chão coberto de neve. Bulma não raciocinava direito diante de tal situação, mas de uma coisa ela tinha certeza, ela não havia caído no chão como uma princesa deveria cair. Será que havia uma forma certa de cair? Com certeza se houvesse uma maneira certa, não seria com as saias erguidas até quase o final das coxas. Padre Briefs estaria tão decepcionando.

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