O dia amanheceu com o céu alaranjado, mesmo estando um pouco nublado, e, apesar do frio que se mantinha firme naquele inverno, ver o sol, mesmo tímido daquela forma, era algo raro naquela época do ano.
Bulma admirava o céu da janela de sua prisão – apesar de considerar tola de sua parte chamar aquele quarto de prisão, vendo que jamais tivera tanta liberdade desde que fora arrancada dos braços calorosos do Padre Briefs. Entretanto, aquela manhã em questão, foi o dia que mais se sentiu presa à aquele lugar, à aquela casa, e especialmente, ao dono daquelas terras.
O beijo que recebeu – e correspondeu – na noite passada, estava impregnado em sua boca de uma forma que sentia arrepios todas as vezes que levava o dedo aos seus lábios. Seu coração disparava e seu estômago se contorcia de emoção, sempre que lembrava do momento em que o Barão a puxou pela cintura e capturou seus lábios, e por mais que ela lutasse contra seus pensamentos e aquelas sensações, a imagem se formava em sua mente, insistindo em mantê-la presa à aquele breve momento que se tornara um dos mais importantes da sua vida.
Bulma nunca havia sido beijada, e ela não entendia como soubera beijar sem ter tido algum grau de experiência para fazer aquele tipo coisa, pois, infelizmente nos conventos não existia aulas de beijo – apesar de que uma vez pegou uma freira aos beijos com um rapaz que levava alimentos no convento, na época, talvez por se tratar de uma criança de nove anos, correu contar ao Padre Briefs em um desespero desigual, que ficou vermelho ao ouvir as palavras da pequena Bulma, que estava impressionada por bocas poderem se conectar daquela forma. Demorou quase cinco anos para o Padre Briefs explicar à ela o que era aquilo, o temido e desejado beijo, e, apesar de descobrir no exato momento da explicação do padre que não tinha vocação para se entregar a Cristo, vendo que desejava um dia ser beijada por um homem, nunca imaginou que seu primeiro beijo seria carregado de tanta emoção. Se um beijo fazia tanto estrago em seu juízo, imagina...
Os olhos azuis de Bulma se fecharam enquanto ela se mantinha escorada na janela, pela milésima vez sua mente projetou a imagem do Barão, as palavras dele invadiram seus tímpanos como se ela estivesse o ouvindo naquele exato momento. Ele havia dito que poderia ajudá-la a juntar os seus pedaços, e por Deus, ela acreditou em cada palavra que ele dissera. Podia sentir o gosto de sua boca, o calor de sua pele... Ela sentiu que gritaria se não parasse com àquilo.
Felizmente, antes que Bulma realmente gritasse, um barulho do lado de fora da casa capturou a atenção da princesa, tirando-a de seus devaneios pecaminosos – dos quais ela tinha absoluta certeza que jamais confessaria ao Padre Briefs, mesmo que tivesse a oportunidade –, a fazendo olhar para baixo e se deparando com uma cena que ela simplesmente não acreditou de imediato. Não era possível que aquilo fosse real.
Da janela do quarto de Bulma, era possível ter uma ampla visão das terras de Vegeta, muito além dos muros que cercavam seu castelo, talvez por ser tratar de uma janela do segundo andar. Por conta dessa vantajosa vista, a princesa conseguiu ver um homem sendo arrastado pelos lacaios do Barão. Obviamente Bulma não teria dado atenção à aquele fato, se não tivesse reconhecido os cabelos longos e completamente negros do homem que estava sendo arrastado.
- Raditz? – Ela sussurrou a indagação para si mesma enquanto espremia os olhos e se ancorava mais na janela para ter certeza do que ela via.
Infelizmente não tinha como ter certeza, o homem que continuava a ser arrastado pelos braços por dois lacaios, mantinha a cabeça baixa, aparentemente estava desacordado. Além de que a cada passo que davam, mais longe eles ficavam.
Um tanto aflita e também desesperada, Bulma somente colocou seus sapatos e correu para fora de seu quarto somente com as roupas de baixo. Se fosse mesmo Raditz, ela não poderia permitir que alguém o machucasse, afinal, ele era seu irmão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Duelo de Sangue
RomanceUm crime sórdido foi cometido pelo rei, e esse crime fez o Barão Saiyajin - Vegeta - se voltar contra seu soberano. Sedento por vingança ele usa de seu poder perante os senhores feudais e seu poderoso exército para derrubar a coroa, mas isso não ser...