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Emilly mendes

Como superar a morte de um ente querido? Você não supera, uma parte de você morre junto. O que te mantém vivo são as lembranças e todo amor, carinho e afeto que essa pessoa te fez sentir

Eu não conseguia fazer nada, não tinha animo e nem vontade de continuar, a minha loja e o salão estava nas costas da helena e da isabelle,  julia pediu pra elas tomar conta por enquanto. Eu sei que eu tinha que ser forte, não por mim, mas sim pelo o meu filho, ele precisava de mim 

Sentei na cama e peguei meu celular olhando para o relógio, 3:00hrs da madrugada, fiquei parada olhando para o meu papel de parede, era uma foto do hugo no aniversário de 1 aninho do kaique 

Escutei a porta do quarto sendo aberta do nada, era a viviane e de cabelos curtos, olhei pra ela e estranhei o novo visual

Viviane: oi - entrou fechando a porta 

Emilly: oi, viviane - respondi - não tô afim de conversar, tá? 

Viviane: não perguntei nada - se sentou do meu lado - olha aqui Emilly, eu sei que está sendo bem difícil, mas você precisa levantar essa cabeça e começar a se tocar - segurou meu queixo - Emilly, seu filho quer uma mãe pra vida dele, ele precisa disso, de você bem,  e eu quero te ver forte

Emilly: ainda dói muito, viviane - olhei pra ela - tu não tem noção 

Vanessa: essa dor que você sente aqui - tocou no meu coração - nunca vai passar, não é fácil superar, eu sei que quando a gente olha as fotos, vídeos, dá aquela vontade de chorar, angustia. Mas temos que ser forte, não deixa as coisas boas serem apagadas da sua memória, dos melhores momentos, alegrias, é isso que te mantém viva, e eu tenho certeza que ele quer ver você bem e feliz - abracei ela 

A pessoa que eu odiava, agora estava me ajudando no momento mais complicado. Fiquei abraçada com ela durante um tempo, viviane estava totalmente certa, eu precisava levantar, erguer a cabeça e ir na luta 

Tomei um banho e lavei meu cabelo, deixando de lado todas as coisas ruins e negatividade, deixei meu cabelo secar naturalmente e coloquei uma calça jeans junto com um cropeed de manga longa. Comi um pão com ovo e tomei uma vitamina, mandei mensagem pro 4k chamando ele pra dar uma volta pelo morro, esfriar a cabeça 

André demorou um pouco pra responder, mas já estava vindo, fiquei esperando do lado de fora de casa. A moto parou na minha frente e eu subi sem falar nada 

4k: boa preguiçosa - me cumprimentou - quer ir pra onde tu mermo? - perguntou 

Emilly: alto do morro, quero ver a vista - falei 

4k: jaé - acelerou 

21 anos morando nesse lugar e eu nunca pisei no alto do morro, mas sempre tive vontade e curiosidade, minha mãe que nunca deixava eu ir. Chegamos e eu fiquei com um certo medo de pisar em falso e cair 

4k: ih cuzona - pegou minha mão me levando nas pedras - senta ai 

Emilly: caraca, muito alto, andré - sentei - puta merda 

4k: maneirinho pra fumar um - tirou um beck bolado do bolso 

Fiquei olhando aquela vista incrível, as casas coladinhas umas as outras, as luzes brilhando e aquele céu com o sol nascendo. André acendeu o beck e eu fiquei encarando ele fumar, pior que o cheiro era bom 

Emilly: eu queria experimentar, sabia - olhei pra ele 

4k: o que? - perguntou 

Emilly: me da aqui vai - peguei o beck da mão dele e coloquei na boca sugando a fumaça 

4k: tá maluca - tentou pegar de volta mas não deixei - isso não é bom pra tu não, cara 

Eu já tinha fumado cigarro e não tinha gostado, pod também não, era só o narguilé que eu fumava mesmo, agora maconha era a primeira vez, e não era tão ruim 

André ficou vendo eu fumar com uma cara de bolado, dei língua pra ele e devolvi o beck. Acho que a brisa da droga era ficar calma e dar risada, por que era isso que eu fazia, me sentia uma palhaça

Deitei minhas costas na pedra e o 4k veio colocar a cabeça nas minhas coxas, ficamos ali sentindo a vibe daquela vista linda e dando risadas de alguns momentos inesquecíveis 


No morro do alemãoOnde histórias criam vida. Descubra agora