Talvez eu queira demais e o problema seja sempre eu.
Talvez eu queira demais pele, sangue, saliva, suor.
Talvez eu queira demasiado você. Acordar e sentir tua alma na minha, teu choro no meu, teu respingo de pele se derreter com a minha em uma só.
Talvez eu queira até demais, conhecer tanto o íntimo, ver tão de perto suas células, sentir o sabor das suas hemácias na minha saliva.
Será que salga a língua?
O problema só pode ser eu! Eu e minha maldita idealização, minha maldita ânsia por amor.
Por um olhar sincero, por um sussurro no ouvido de eu amo você.
Ou talvez seja meu ego corrompido e minha necessidade de sentir algo que ponha em ânimo as engrenagens do meu cérebro que produzem serotonina -ou, quem sabe, adrenalina ?-
Não sei.
Não sei se é medo de perder ou medo de encontrar.
Eu quero sentir o mundo, quero tocar até dentro de mim.
Quero beber o mais ácido do seu e vomitar o meu.
Quero dançar no caos vomito-mijo-sangue-saliva de eu e você.
Tenho esse anseio dentro de mim, não sei, talvez a culpa seja minha mesmo. Minha, e do meu prazer intenso, de sentir o orgasmo em pleno a destruição do que veio a ser nós.
Ou do que não veio a ser.
Eu preciso gozar do incompreendido, do não recíproco. Preciso rir da frustração e das agulhas entrando na minha pele enquanto, parte de ti, evapora de mim.
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Eu e alguns versos
Poesiajá não pertenço mais a meu ser deixo as palavras me guiarem