Forbidden Feeling - Lana & Billie

Thoughts

~ℒ𝒶𝓃𝒶

Era mais uma noite normal, eu estava no culto com minha família, meu pai era pastor de uma igreja e minha mãe cantava em um grupo gospel. Eu não sentia vontade alguma de estar ali, mas eu não podia decepcionar minha família, para eles eu era a menina perfeita, que sempre dava orgulho e que nunca traria desgosto para a família.

Minha família sempre foi muito conservadora, na cabeça deles, se algo não seguisse as regras da igreja ou não fosse como estava escrito na bíblia, aquilo seria errado.

Eu sempre me perguntava, o porquê eu tinha que seguir os mesmos passos que minha mãe. Ela conheceu o meu pai no ensino médio, eles começaram a namorar e se casaram depois de três anos de relacionamento. Minha mãe não podia trabalhar fora, pois a igreja dizia que quem deveria trabalhar e sustentar a família era o homem, eu não concordava com isso, mas não falava nada pois iriam dizer que estou "rebelde".

As vezes eu fico com vontade de enfrentar minha família, de dizer que eu não quero me casar com o filho da irmã do círculo de oração, que eu não quero ficar submissa ao meu marido e ter que viver em um relacionamento onde não sou feliz. São tantas coisas... que me dói a cabeça só de pensar.

Meus pensamentos foram interrompidos após escutar um "amém". Finalmente eu iria voltar pra casa. Bom... foi o que eu pensei.

— Filha, pegue suas coisas e vamos para o carro. A gente vai jantar na casa da Irmã Sônia.

Sem dizer nada apenas fiz o que minha mãe tinha mandado. Após chegar na casa da Irmã Sônia, antes de sair do carro minha mãe me chamou.

— Lana! - Ela diz com uma voz calma - Por favor, tenta conversar mais com o Lukas. Você e ele ficam tão fofinhos juntos.

— Tá bom, mãe. - Respondo de forma breve.

Após aquele pequeno diálogo entramos na casa e os adultos foram conversar. Eu sentei no sofá e fui mexer no meu celular, até que alguém sentou do meu lado, era o Lukas. Eu não suportava aquele menino, mas tinha que fingir simpatia se não escutava o que não queria.

— Oi Lana, tá fazendo o que? - Ele perguntou enquanto olhava para meu celular.

— Nada de mais. - Respondi sem mostrar interesse algum naquela conversa.

— Ah sim. Quer andar lá fora? O céu está muito bonito hoje. - Disse se levantando.

— Tá, pode ser. - Respondi e logo me levantei acompanhando ele.

...

Estávamos andando pela rua e observando o céu, realmente ele estava muito bonito hoje, bastante estrelado. Eu amava estrelas, eu poderia ficar a noite toda observando elas sem me cansar.

— Ei, Lana. - Ele andou um pouco mais rápido para poder me ultrapassar e parou em minha frente - Você quer fazer uma coisa legal?

— Que coisa? - Perguntei meio receosa.

— Você vai ver, só me acompanha.

Comecei a seguir ele, até que entramos em uma rua onde tinha algumas casas "chiques". Ele estava observando as casas... e então do nada ele foi na direção de uma, e chutou o portão. Eu entrei em desespero, quando olhei para ele, ele já estava correndo. Comecei a correr também e pensei "Meu Deus, esse menino de santo só tem a cara, eu vou matar ele!"

...

Quando chegamos na casa dele, achei que eu iria morrer, meu coração estava quase saindo pela boca e eu estava suando frio.

— E aí, isso foi muito divertido, né? - Ele perguntou enquanto se sentava na beira da calçada.

Eu teria achado legal, se não fosse acompanhada com ele e ele ter me pegado de surpresa.

— Não! Eu odiei, por favor, não faça mais isso. - Eu disse ainda tentando controlar minha respiração.

Ele riu. Depois de um tempo, quando ele foi falar algo, ele foi interrompido pelo pai dele, ele veio chamar para jantar. Ainda bem, não aguentava mais ficar perto daquele menino. Entramos na casa e fomos para a mesa, e como sempre, eu tive que sentar do lado dele. Parecia que aquele momento de tortura não acabava mais.

Após o jantar, nos despedimos da família de Lukas e fomos embora. Aquilo foi como conseguir vencer uma guerra, finalmente iria voltar para casa e ficar sossegada.