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Cornely - 567 a.E.

Arminda Ezra

Meu décimo oitavo aniversário marcou a minha vida, foi marcado por um dia chuvoso. A exatamente dois anos atrás prenderam meu pai dentro de casa em um pequeno vilarejo onde nós dois vivíamos sozinhos, como foi terrível isso, me dói a memória só de pensar em tudo isso. Mas não foi por acaso que o prenderam e muito menos por que ele é um criminoso, meu pai Elloin Ezra é um homem de bem e sensato seguindo as ordens do nosso mestre Yesu, foi por esse motivo nobre que ele foi preso.

Viemos para Cornely quando tinha exatamente sete anos, fomos acolhidos em um vilarejo um pouco distante do comércio da cidade. Após serem acolhidos eles abraçaram e seguiram os ensinamentos que meu pai tinha para oferecer, ensinamentos esses que vieram a passar para futura geração (eu). Como um perfeito missionário meu pai segue a voz do seu criador que fez todas as coisas, Yesu é um Deus jamais visto a olhos humanos por querer de majestade, seu poder e sua glória são registrados nas escrituras sagradas, sendo estas que estão devidamente guardadas em nossas mãos a fim de serem protegidas de todo mal, e é por esse motivo que Elloin não está em sua completa liberdade.

Os cidadãos de Cornely vive em um governo monárquico, onde Alonso Everett governa todo o lugar. Ele porém é um rei que abomina todos os ensinamentos das sagradas escrituras seguindo o caminho escuro e perverso, ninguém sabe ao certo quem é ele ou de onde veio sua linhagem é desconhecida pelos moradores mais, uma coisa todos têm um comum, o pensamento que esse governo é incerto. Alonso é famoso por dar grandes banquetes a poderosos de vários reinos aliados como Burgeria e Cronos, reinos esses cobertos de leis liberais que acabam na prostituição e ganância condenado qualquer ser que abomina essas práticas. Há vários murmurinhos pelo reino que existe no palácio uma espécie de apostas humanas, onde o homem ou mulher a ser apostado vai a leilão e ser for perdido a aposta você pode ser morto por qual só para arrancaram risos da arquibancada. Esse é o nosso reino.

Meu pai sempre viveu em uma família cristã onde princípios eram devidamente seguidos e praticados o tornando um Homem de bem, mas minha história é um pouco diferente, não, eu não sou filha biológica do Elloin. Quando tinha exatamente quatro anos de idade Elloin me achou nas ruas da nossa cidade natal e cuidou de mim, uma criança maltrapilho foi acolhida por uma família onde tinha tudo que ela nunca teve, principalmente amor.

Nunca fui apegada a lugares e sabia muito bem que Elloin nunca ficava em um lugar fixo, me trazendo a não ter certos vínculos com as crianças da minha idade. Sempre viajando, sempre vendo pregações citadas sobre os mandamentos e a santa escritura me fazia uma criança um pouco mais séria do que necessário. Não que meu pai sempre me instruiu a brincar com as crianças da redondezas, mas quando o apego emocional batia na porta as nossas bagagens estavam prontas para o próximo destino. Mais quando chegamos em Cornely foi diferente, pelo meu ver foi a cidade mais triste e cabulosa que visitamos, com seu poderoso ar escuro contaminava todos os moradores com um jeito ríspido de ser e arrogantes com as pessoas. Posso afirmar que foi por esse motivo que continuamos todo esse tempo aqui, pois a colheita é enorme e poucos são os ceifeiros.

Podemos dizer que Cornely esconde vários mistérios. Mistérios esses completamente tenebrosos, cidade onde os donos de propriedade e os vendedores e lavradores são separados. Donos de terras e gado estão todos depositados após a Great th, uma grande ponte onde quem está em sua extremidade não pode ver o final dela, e para conseguir chegar ao fim dela pode chegar aproximadamente cinco dias até seu destino final. Particularmente, eu nunca fui mais que duas vezes aquela área de Cornely, pois além de ser uma viagem muito cansativa, não somos liberados a passar para esse lado livremente, só com a aprovação dos moradores selecionados. Seus empregados vêm até nossa área para comprar produtos de higiene pessoal e alimentos que não são muitos, pois além de sermos pobres a guerra entre as redondezas acaba com nosso estoque de alimentos e então vivemos do plantio.

Por todo esse tempo que moramos aqui, Eloin decidiu vender algumas peças que ele faz com madeira. Brinquedo para as crianças e cadeiras, ele fica com a mão de obra e eu vendo cada produto da feira junto com alguns amigos da vila, eu tento seriamente me arriscar, mais sempre faço bonecos de pano para as crianças e particularmente elas amam, na maioria das vezes eu doou mais bonecas do que vendo-as mais fazer o que? meu coração se enche de tristeza ao ver aquelas criancinhas sem poder ao menos ter um bonequinho para se alegrar, e mais ainda sem condições para comprar um dia.

Sempre no final da tarde Eloin vai à praça recitar frases da sagrada escritura e dá conselhos aqueles que necessitam. Já a noite, é quando tudo acontece, no porão da nossa casa todas as noites há uma reunião para falar dos mandamentos e serem seguidos sendo eles homens e mulheres de bem não favorecidos pelo reinado da coroa atual e acreditando que só existe um Deus. Deus este que criou céus e terra, ama todos e quer que o sirva de corpo, alma e verdade. Quando tudo começou éramos só cinco pessoas junto ao meu pai, hoje (graças aos nosso pai) doze anos se passaram e posso dizer que o nosso porão e um bom horário na madrugada não é falho para essas pessoas.

Nosso ministério se expande em dois, meu pai ficava no nosso porão junto com cinquenta pessoas do nosso vilarejo e vilarejos vizinhos. Sim, são bastante pessoas, mas elas não ficam incomodadas de ficarem tão encolhidas para escutar a verdadeira mensagem. Por outro lado, eu fico no porão da casa da minha amiga Cordelia, onde ela me auxilia nas diversas pregações diárias. Não é fácil seguir esse caminho na cidade que vivemos, onde seguir a Yesu é condenado a cadeia. Cadeia esta que fica atrás do castelo onde é localizada a ilha misteriosa, no outro lado na ponte. A Prisão é onde se esconde vários mistérios, ninguém nunca voltou de lá para contar história e é por esse motivo que minha alma anda angustiada, pois o mais novo preso da ilha é o meu pai. Me lembro muito bem do momento que o levaram acorrentado como um criminoso de casa.

dois anos atrás

- O almoço está pronto papai - gritei para que ele pudesse escutar pois quando o assunto era as escrituras ninguém o fazia soltar os papilos.

- Já estou indo querida - Se levantou na cadeira que estava no quintal e veio em minha direção - o cheiro está delicioso, como sempre.

– Não é para tanto pai, é apenas uma sopa.

- Mais uma pessoa que não tem mãos de fadas assim como a sua não conseguiria fazer uma coisa tão gostosa como essa.

- Me sinto lisonjeada - coloquei a mão no peito em forma de agradecimento.

- Vamos lá - Como sempre ele me servia primeiro e logo após colocava uma concha do líquido em seu prato, dávamos as mãos e oramos - Comece a oração querida.

- Certo. Senhor agradecemos pelo alimento farto em nossa mesa, que nunca falte a nós e ajude aqueles que necessitam para suprir suas necessidades, nós somos teus, faças tu a tua vontade, Amém!

- Amém - sorriu colocando uma colher ainda quente na boca - está quente, mas está delicioso.

- Fico feliz.

Estávamos quase terminando a janta quando escutamos batidas severas na porta. Deixei o meu prato na mesa e fui em direção a porta tendo em vista dois guardas com um papiro na mão.

- Aqui é a casa do Eloin Ezra?

- Sim, como podemos ajudar? - meu pai se levantava na mesa e vinha a porta.

- Estamos com um mandado de prisão para Eloin Ezra, você tem o direito de permanecer calado. - o desespero estava em minha porta

- Mais por que estão prendendo ele?

- Sr. Ezra está causando tumulto entre os povos e conspiração contra a coroa, além de manter consigo o Mandamentos material que é abolido em nosso território.

Eloim não falava sequer uma palavra, não expressou nenhum sentimento. Apenas assentiu e seguiu em frente com os guardas, acorrentado. Levado como prisioneiro, ele havia me deixado sozinha, assim como eu era quando tinha quatro anos. Mas eu sabia de uma coisa, alguém havia o entregado.

Por trás da ilha E Os Sete Pecados Capitais Onde histórias criam vida. Descubra agora