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Arminda Ezra

Eu não andava muito bem depois deste acontecido.

sabia disso... Tinha que seguir em frente com tudo, pois a obra não podia parar. Eu precisava do meu pai, mas o povo precisava mais ainda de Yesu.

Por outro lado as vendas não era mais as mesmas, consegui manter apenas três semanas com os adereços que Eloin havia feito e deixado de reserva, e as bonecas as vezes só dava para manter o aluguel e o pão, nada mais. Estava definitivamente vivendo do que as senhoras da vila me davam ao fim da tarde.

Mesmo com pouco conseguia vencer todos os dias. Sei que era a mão do Yesu estendida. Não transparecia para os outros a tristeza da minha alma, pois ninguém era a razão da minha tristeza para que eu descontasse nelas. Seguia minha vida monótona, todos os dias eram iguais, todas as manhãs eu costurava, a tarde ia à praça para vender e a noite reunia as pessoas para nossa reunião.

Mas nas últimas semanas do sétimo mês do ano eu não consegui ir à feira, minha alma não conseguiu sair de casa. Fui ao porão e me prostrei ao chão, chorei tanto que não sei explicar. Precisava disso. Liberei toda a tristeza do meu coração clamando ao Senhor por ajuda. Eu clamava por socorro, não socorro físico mais espiritual. Aquilo tinha me pego de surpresa e após um ano do acontecido não tinha superado tudo isso até que... até que em um momento de súplica senti grandes braços se entrelaçando para comigo. Abri meus olhos e não havia ninguém lá, mas ainda sentia aqueles confortáveis braços. Uma grande voz soou naquele ambiente me fazendo levantar do pó onde me encontrava.

- Arminda! Se levante.

Uma grande névoa dentro daquele ambiente foi se formando. Um brilho era evidente entre as extremidades do lugar onde uma melodia foi entoada por todo o lugar, eles cantavam "Santo. Santo. Santo. Santo..." e este ser que era semelhante a um leão dourado se misturava entre a névoa com uma expressão suave e meiga.

- Eu sou Yesu. O Deus de Abraão, de Isaque, de Jacó. Sei de todos os teus pensamentos, te formei para fazer a diferença então se levante e tenha ânimo. No meu tempo enfrentará um longo caminho mas não tenha medo eu estarei contigo por onde passares.

- Mas Senhor, eu não tenho capacidade, não sou como meu pai.

- Assim eu te digo. Te darei duas vezes mais do que deu ao meu servo Eloin, verás coisas jamais vistas e viverás coisas jamais vividas. Somente confia em mim e no meu tempo.

E assim eu fiz. Esperei no tempo do Senhor, ele me deu alegria para prosseguir, e mais ainda, ânimo para vencer as adversidades que viesse pela frente.

Com esses pequenos versos do começo diário de viagem, estou exatamente sentada em minha sala escrevendo tudo o que passei e como Yesu foi grandioso na minha vida. Pretendo ir resgatar meu pai para que junto a mim, ele possa vencer o reino de Alonso onde muitos são oprimidos. Principalmente nós.

Para que eu saísse do fundo do poço que me encontrava, Yesu teve ajuda de várias pessoas, uma delas foi Cordélia — Aquela amiga que mencionei anteriormente — e seu noivo Dylan. Além daquele casal me render boas risadas eles me ajudavam em tudo, desde bandeja de quitutes ao fim de tarde até ao trabalho braçal não executado por mim. Eles realmente foram enviados por Deus para me ajudar. Também existem as senhorinhas do vilarejo que a cada dia me deixavam mais gorda mesmo que não transparecia — palavras ditas por Cordélia — uma das mais amáveis eram a senhora Stella. A senhorinha de cabelos completamente grisalhos, pele branca e olhos escuros simbolizando sua disponibilidade para com todos, principalmente com a obra, que como administradora tudo passava pela mão dela. Eu a considero como uma mãe. Stella, Cordélia e Dylan são realmente minha família.

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