18. tem alguém aí que me entende?

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vamos precisar avançar no tempo algumas vezes, ok?

espero que as coisas não fiquem confusas, eu queria dar mais atenção aos detalhes, mas eu precisava adiantar para seguir os meus planos direitinho, não gosto de fazer isso, mas foi necessário.

enfim, se ficar um lixo não falem nada, fico triste com críticas. prometo que os próximos irão compensar nos detalhes!

beijos, boa leitura.

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Os últimos meses desde a viagem para São Paulo foram no mínimo caóticos, a casinha na árvore que antes era cenário de diversão, jogos e filmes virou uma bagunça de livros e cadernos misturados para as provas finais e os vestibulares que vinham com o pé na porta.

As coisas em casa ainda estavam complicadas e por esse motivo, eu quase nunca ficava por lá, costumava estar sempre com Pedro estudando até tarde na nossa casinha da árvore ou no quarto dele. Praticamente só passava em casa pra dormir e tomar banho.

Depois que a escola terminou, logo em seguida os vestibulares finalmente chegaram, e tudo foi muito complicado, com a ansiedade, o TDAH e a pressão, eu virei praticamente um zumbi para as outras pessoas, cobranças demais e expectativas demais. Passei horas intermináveis diante dos livros e cadernos, tentando absorver o máximo de conhecimento possível. Cada página virada, cada fórmula memorizada, era uma batalha contra meus próprios limites. Os estudos sempre foram um ponto complicado na minha vida. Às vezes era difícil até de respirar.

Mas mesmo nos momentos mais difíceis, havia uma luz no fim do túnel. O apoio de Pedro, sua paciência e compreensão, foram como âncoras me segurando durante a tempestade. Seu sorriso, seu toque, eram lembranças constantes de que eu não estava sozinho nessa.

O dia do vestibular foi insano, era como uma lembrança constante de que o meu futuro inteiro estava entre aquelas folhas, e a sensação que eu tinha era que ia vomitar a qualquer instante, e saí da prova praticamente flutuando.

No dia em que os resultados foram divulgados, eu pedalei até a casa de Pedro para que a gente pudesse ver juntos, e ao ver nossos nomes brilhando em meio a tantos outros, foi muito gratificante.

Com todo respeito, nós fizemos um sexo muito gostoso pra comemorar.

Com o resultado em mãos, as coisas ficaram mais intensas ainda, era hora de finalmente deixar para trás tudo aquilo que eu detestava e finalmente seguir a minha vida como eu queria que fosse e como tanto esperei.

Havia um apartamento pequeno muito próximo ao campus da faculdade, meus pais decidiram me ajudar no aluguel e nas coisas até que eu conseguisse um estágio, e isso foi um salto muito adiante para mim. Pedro e eu seríamos praticamente vizinhos, já que ele dividiria um apartamento com a Malu uns quarteirões pra frente de mim.

O apartamento era minúsculo, mas eu estava radiante em meu novo lar. Entrar era ser recebido por uma sala de estar pequena, mas aconchegante. Um sofá, presente da minha tia, era o ponto central, enquanto a televisão, agora montada na parede com a ajuda do meu pai, garantia entretenimento. Alguns dos meus livros estavam organizados em um canto, com um vaso de planta para dar um toque de vida ao ambiente.

A cozinha, uma extensão moderna da sala, apresentava armários brancos, uma bancada de mármore, um fogão e uma geladeira. Ali, eu passaria horas aprendendo a cozinhar.

No único quarto do apartamento, minha antiga cama de solteiro ocupava o espaço, acompanhada por algumas caixas de papelão ainda não desfeitas. A vitrola elétrica descansava sobre a escrivaninha, enquanto meus discos esperavam pacientemente ao lado. Os posters e quadros que antes ficavam pendurados na parede, agora estavam pelo chão, esperando que eu tivesse um tempo para organizar tudo direitinho.

AZUL - PEJÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora