Regra 6: Sobreviva a Uma Noite de Terror (Ou Só Tente Não Gritar)

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Guia de Suporte ao Leitor: Alguém invadiu sua casa e você quase perdeu uma amizade? Mantenha a compostura e planeje sua vingança.

Lilith Campbell

MEU IRMÃO ESTAVA DESAPARECIDO HÁ uma semana, desde o dia em que disse que iria resolver tudo e saiu de casa sem mencionar para onde ia ou quando voltaria. As meninas tentaram me distrair e conseguiram por um breve momento, mas agora eu estava sozinha com meus pensamentos.

Já tinha se passado uma semana inteira sem nenhuma notícia dele. Mas eu sabia exatamente onde ele tinha ido: atrás de Ravy. Não podia ser coincidência que ele estivesse incomunicável desde então. Ravy não era o tipo de pessoa com quem se podia brincar—e meu irmão, teimoso como sempre, achava que podia resolver tudo sozinho. Ravy não era confiável, e eu sabia que ele estava envolvido.

Eu deveria tê-lo impedido. Agora ele estava desaparecido, e o silêncio era ensurdecedor. Durante todo esse tempo minhas tentativas de contato falharam, as mensagens sem resposta, as ligações que caíam direto na caixa postal. A cada noite, o medo se tornava mais real, corroendo qualquer esperança que eu ainda pudesse ter.

Minha paciência estava se esgotando. Peguei o celular, as mãos trêmulas, e procurei o número dele na lista de chamadas recentes. Tantas tentativas frustradas. Mesmo assim, apertei o nome dele novamente, sentindo o peso da ansiedade apertar meu peito.

O som da chamada tocando ecoava no silêncio do quarto, cada segundo uma eternidade. Meu coração batia rápido, como se estivesse correndo uma maratona de pânico. "Atende... por favor, atende", murmurei, como se repetir isso pudesse fazer algum milagre.

Quando já estava quase desistindo, ouvi o som que esperava há dias: a ligação foi atendida.

"Alô?" — a voz dele soou baixa, quase inaudível.

"Finalmente!" — minha voz saiu mais alta do que eu queria. "Onde você está? O que aconteceu?"

Silêncio. Eu ouvia sua respiração do outro lado, mas ele não respondia.

"Eu estou bem, Lilith." Ele parecia distante, como se falasse de algum lugar muito longe, mesmo estando ali, do outro lado da linha.

"Bem? Faz uma semana que você sumiu! O que tá acontecendo?" — Minha frustração transbordava, enquanto eu tentava controlar o pânico.

Houve um silêncio desconfortável do outro lado da linha. O som abafado de vozes ao fundo me deixou ainda mais inquieta.

"Eu... tô resolvendo umas coisas. Nada com o que você precise se preocupar." Sua voz era fria, quase indiferente.

"Como assim, 'não se preocupar'? Você foi atrás do Ravy, não foi? Ele fez alguma coisa com você?"

"Lilith, não é hora de..."

"Claro que é! Você foi atrás dele e agora está fugindo de mim também? O que ele te fez?" — minha respiração ficou pesada, o medo voltando com força.

"Lilith, deixa isso pra lá, tá? Eu tô lidando com isso. Não é da sua conta."

"Não é da minha conta? Você sumiu! Claro que é da minha conta!"

Manual do Pecado VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora