Capítulo Sete: Engane o Próprio Medo.

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Capítulo Sete
Engane o Próprio Medo

Entre Setembro e Outubro de 1993, 3º ano

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Entre Setembro e Outubro de 1993, 3º ano

Ela estava completando um dever impossível de Aritmancia, tentando entender a lógica por trás dos resultados das divisões matemáticas e, em vez de escrever uma parte da equação, acabou desenhando um canzarrão no meio da folha.

Era falta de atenção e Hope odiava ser desatenta. Se fizesse isso em um ensaio ou uma prova, teria pontos descontados por puro descuido e, então, como ficaria sua posição no ranking de aprovação da escola? Ela estava em primeiro e em segundo lugar na classificação da maioria das disciplinas, atrás ou na frente de Hermione, apenas, e queria permanecer assim.

Se não fosse para ser a melhor, Hope preferia nem tentar.

Ela empurrou os fios soltos de cabelo para trás e apagou o desenho na folha com um feitiço borracha. Seus desenhos não eram ruins. Hope desenhava desde pequena, mas se achava mais talentosa pintando retratos e pinturas de gênero. Gostava mais da sensação do pincel entre os dedos, da textura líquida e maleável das tintas do que da suavidade rígida do lápis.

Hope sentiu uma pontada desconfortável de dor na parte de trás da cabeça. Ela tinha se precipitado naquela manhã ao acordar depois de um pesadelo, batendo contra a cabeceira da cama por acidente. Em vez da memória de Riddle a perseguindo, desta vez fora a miragem disforme de um cervo, de olhos oblíquos, encarando-a como se através de um véu. Ela tinha a impressão de que o animal tentara lhe dizer algo com o olhar, antes de impelir brutalmente em sua direção e atacá-la com um salto poderoso, que a enviou para o chão com um brilho arrebatador de luz verde.

Uma pausa talvez lhe caísse bem. Ela preferiria revisar adiantadamente os conteúdos do próximo semestre de Feitiços do que fritar o cérebro tentando resolver aquela equação ridiculamente comprida. Como alguém poderia se divertir concluindo uma tarefa tão enfadonha e irritante? Hope gostava de desafios, a não ser os matemáticos. Ela realmente não era uma garota de números. Percy a aconselhou a desistir da disciplina, se estava tão insatisfeita, mas a desistência seria uma mancha em seu histórico perfeito e Hope se recusava veemente a falhar.

Ademais, não era que ela não conseguisse acompanhar o ritmo da turma. Ela ainda era uma das melhores alunas, coisa que a própria professora Vector admitira após um teste surpresa no meio da semana passada. A questão não era a eficiência ou o desempenho de Hope, mas seu interesse inexistente por se aprofundar em Aritmancia, apesar de entender a importância do assunto para seu currículo futuro. Ela precisava pensar primeiramente no resultado de seus NOM's. Aritmancia não era um ramo tão admirado quanto Runas, porém tinha seus defensores árduos, e estava crescendo como competência no mercado de trabalho e no mundo acadêmico.

"Se você só pensar no futuro, vai enlouquecer", avisou Remus, em uma das visitas de Hope para o chá. Os dois estavam sentados em uma mesinha de dois lugares, em frente a janela dos aposentos privados dele, com vista para a horta de Hagrid, cada vez mais rica em verduras e legumes enxutos. "Você precisa viver um pouco, Hope. Se divertir."

O Olho do Dragão, Harry PotterOnde histórias criam vida. Descubra agora