Pain

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Nova York, Estados Unidos Setembro de 2014

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Nova York, Estados Unidos
Setembro de 2014

"Ei, garota abra suas paredes
Brinque com suas bonecas
Seremos uma família perfeita
Lugares, lugares, vão para seus lugares
Coloquem seus vestidos e seus rostos de bonecas. Todo mundo pensa que somos perfeitos, por favor, não deixe eles olharem atrás das cortinas"

Dollhouse - Melanie Martinez

Eu sentei na cama, olhei para minhas mãos, elas estavam trêmulas, o medo do meu padrasto entrar no meu quarto era grande. Otávia não estava em casa e eu não faço ideia desse medo ficar maior quando ela sair, ela não faria nada mesmo se visse ele passando a mão em mim, ela me bateria enquanto me chamava de vagabunda e dizendo que a culpa eram minha.

Eu respirei fundo, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, eu não contratava o meu choro, isso fazia minha respiração ficar falha e as vezes eu levanta a cabeça e abrir a boca em busca de ar.

Eu limpei o nariz, me levantando e indo até a janela do meu quarto, puxei a costina um pouco para o lado, eu olhei para fora, eu abri a janela e me sentei lá, balançando as pernas para trás e para frente.

A brisa fresca batia no meu rosto, eu fechei os olhos, tenta imaginar coisas boas naquela minha mente que só sabia fazer passar coisas ruins como a as coisas que passo dentro de casa e na escola.

Eu sair dos pensamentos quando escutei um barulho alto vim do andar de baixo, eu me virei para trás, olhando para direção da porta, eu pulei para dentro do quarto novamente e andei ate ela, a trancando e correndo até o banheiro, quando me virei, me olhando no espelho que estava logo há minha frente, eu percebi o quanto estava horrível, eu me aproximei da pia, coloquei as minhas mãos nela e aproximei meu rosto do espelho, olhando para meus próprios olhos que estavam inchados de tanto chora no canto do quarto.

Eu baixei a cabeça, analisando a torneira, eu a liguei, pegando uma pequena quantidade de água nas mãos e trazendo até meu rosto, a água era gelada e por esse motivo passei ela umas três vezes no meu rosto e desliguei a torneira, me virei para uma toalha pequena de rosto que estava dobrada na pia de mármore branco. Coloquei a toalha delicadamente no meu rosto e enxuguei certos pontos do meu rosto, incluindo meus olhos.

Deixei a toalha encima da pia e abri a porta, indo em direção da janela de novo e olhando através do vidro o carro da minha mãe parando ali e ela descendo.

Otávia caminhou até o portão e o empurrou, ele se abriu e ela andou pelo chão de cimento que ia do portão até a porta da casa, John logo saiu pela porta e andou até ela que abriu um sorriso enorme e nojento nos lábios e abraçou ele.

Eu observei tudo de longe com um sorriso amargo nos lábios, era nojento ver uma pessoa que deveria ficar do meu lado, abraçando o cara que me abusa quase todas as noites bem debaixo do nariz dela e ela não faz nada a respeito.

Otávia sabe sobre o que John faz comigo, ela não faz nada por que não quer acabar com o casamento "perfeito" dela só por que a filha fala uma "bobagem" sobre o marido perfeito dela.

Ela já escutou meus gritos por socorro, mas nunca fez nada, ela não iria contra o marido dela.

Eu sentei na cama novamente, abracei minhas pernas e comecei a me balança para trás e para frente em um ritmo lento, eu apertei meus olhos fortemente quando escutei os gritos de Otávia no andar de baixo.

Não demorou muito para lágrimas começarem a escorrer pelo meus rosto, ela batia descontroladamente na porta e me chamava de diversões coisas, os sons eram abafados tanto pelo quarto, quanto pelas minhas mãos que tampava meus ouvidos para não escutar aquelas merda que ela falava.

Eu não aguentei mais escutar aquilo e gritei, eu não queria gritar mas saiu da minha boca.

Eu me levantei rapidamente de cima da cama e andei até a porta. Otávia estava calada e quando eu abrir a porta, ela estava paralisada ali me olhando com a bocar entre aberta, eu parei por um momento quando a vi na porta do meu quarto.

Não demorou muito para mim dá as costas para ela e correr em direção das escadas, eu descia as escadas rapidamente, não estavam com aquele meu medo estupido de cair de lá. Eu empurrei Jhon que estavam na minha frente, eu abri a porta de madeira para fora e corri rápido.

Parecia que tinha monstro atrás de mim que me faziam querer correr cada vez mais rápido e que se eu parasse de correr eles iriam me pegar, eu comecei a solução enquanto corria, o suor escorrendo pelo meus rosto, assim como a chuva que molhava meu cabelo e minha roupa, fazendo tudo grudar no meu corpo.

[...]

Depois de tanto correr pelas ruas eu finalmente parei em um lugar, eu coloquei minhas mãos apoiadas nos meus joelhos e abaixei a cabeça, respirando pesadamente.

Já era tarde, a rua era escura e não havia ninguém ali, eu fiquei com medo quando percebi isso, e quando percebi aonde estava, eu olhei para os lados, e sim. Eu não fazia ideia da onde eu estava, minha cabeça estavam tão cheia que acabei não percebendo em que ruas eu entrava.

Eu respirei fundo e comecei a andar novamente para tentar encontrar a casa de Liam.

Ele era meu refúgio, meu mundo. Liam me entendia mesmo não sabendo das coisas que passou dentro de casa.

Ele sempre me apoiou quando éramos crianças e hoje em dia também, mesmo ele não sabendo o motivo do meu choro as vezes, ele me abraçava e dizia que iria ficar bem.

Eu não me entendo mais, desde que Otávia começou a falar e me bater diversas vezes dentro de casa eu não conseguia confiar em mais ninguém.

Liam certamente estranhou meu comportamento de me recusar a contar para ele o que estava acontecendo, ele entendia meus motivos de não querer falar, mesmo não sabendo qual eram os motivos ou o que estava acontecendo.

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