IX

49 12 7
                                    

Rodolffo ligou para Juliette.   Tinha tido uma ideia e queria partilhá-la.

A chamada caiu na caixa postal e ele resolveu ligar para a clínica.

- A enfermeira Juliette não veio trabalhar hoje, -  respondeu a recepcionista.

Voltou a ligar-lhe e nada.  Como soube do episódio do Raul ter ido lá a casa, ligou à polícia e pediu para irem ver o que se passava.

A polícia chegou a casa de Juliette,  tocou à campainha e como ninguém respondeu entraram em contacto com Rodolffo.

- Não está ninguém em casa.  O carro dela está estacionado lá fora com as portas destrancadas e a bolsa dela no banco.

Rodolffo já estava a caminho.  Após saber que ela não tinha ido trabalhar, pediu a um colega que o substituisse e saiu para casa dela.

De certeza foi o tal Raul, -  disse ele à polícia.

- Não sabemos onde procurar.  Tudo o que sabemos desse indivíduo é que ele abandonou a cidade.

- Mas não são conhecidos outros paradeiros, familiares, amigos?

- Não.   A vida dele resume-se a esta cidade.   Vamos ter que esperar que a menina Juliette se comunique connosco.  Já emitimos um alerta para os dois.

- Como?  Nem o telemóvel levou.  A bolsa com todos os pertences está aqui.  E se ele lhe fez mal?

Um dos agentes falava pelo rádio com a central.

- Acho que a encontraram.  Ligaram de uma aldeia aqui nos arredores.  Vamos para lá.

- Eu vou atrás de vocês.

Demoraram cerca de hora e meia a chegar à casa indicada no telefonema.

Um outro carro com mais policiais já se encontravam lá.

Ajudada pela senhorinha e a amiga, Juliette já tinha limpo e desinfectado os ferimentos.  Só depois percebeu que não o deveria ter feito antes de os fotografar,  mas as dores eram tão fortes que ela só queria tratar daquilo.

Assim que viu Rodolffo foi logo abraça-lo.

Conversou com os policiais e deu indicação do barracão onde esteve presa e de tudo o que aconteceu lá.

- Eu vou levá-la ao hospital, - disse Rodolffo.   Se precisarem têem o meu contacto.

Alguns policiais ficaram de tocaia enquanto os outros foram embora.

Ao final do dia, Raul chegou ao barracão de moto.  Mal desmontou, foi logo manietado e algemado por dois agentes.

- Que fiz eu agora?

- Está preso por sequestro e agressão da enfermeira Juliette.

- Essa  p#ta conseguiu fugir?

- Pelo visto é bem mais inteligente que tu.

Algemado e colocado na viatura, os agentes entraram no barracão e recolheram as provas.  Sapatos e pedaços de roupa da Juliette e as cordas que a mantiveram presa.

Enquanto isso no hospital,  Juliette recebia assistência aos vários hematomas no seu corpo.  Fez um rx só para despiste e fez um exame ocular, pois tinha a vista bem ferida.

Rodolffo na sala de espera, andava de um lado para o outro.  Tudo lhe parecia demorar demasiado.

-

É para a outra margemOnde histórias criam vida. Descubra agora