Rodolffo ligou para Juliette. Tinha tido uma ideia e queria partilhá-la.
A chamada caiu na caixa postal e ele resolveu ligar para a clínica.
- A enfermeira Juliette não veio trabalhar hoje, - respondeu a recepcionista.
Voltou a ligar-lhe e nada. Como soube do episódio do Raul ter ido lá a casa, ligou à polícia e pediu para irem ver o que se passava.
A polícia chegou a casa de Juliette, tocou à campainha e como ninguém respondeu entraram em contacto com Rodolffo.
- Não está ninguém em casa. O carro dela está estacionado lá fora com as portas destrancadas e a bolsa dela no banco.
Rodolffo já estava a caminho. Após saber que ela não tinha ido trabalhar, pediu a um colega que o substituisse e saiu para casa dela.
De certeza foi o tal Raul, - disse ele à polícia.
- Não sabemos onde procurar. Tudo o que sabemos desse indivíduo é que ele abandonou a cidade.
- Mas não são conhecidos outros paradeiros, familiares, amigos?
- Não. A vida dele resume-se a esta cidade. Vamos ter que esperar que a menina Juliette se comunique connosco. Já emitimos um alerta para os dois.
- Como? Nem o telemóvel levou. A bolsa com todos os pertences está aqui. E se ele lhe fez mal?
Um dos agentes falava pelo rádio com a central.
- Acho que a encontraram. Ligaram de uma aldeia aqui nos arredores. Vamos para lá.
- Eu vou atrás de vocês.
Demoraram cerca de hora e meia a chegar à casa indicada no telefonema.
Um outro carro com mais policiais já se encontravam lá.
Ajudada pela senhorinha e a amiga, Juliette já tinha limpo e desinfectado os ferimentos. Só depois percebeu que não o deveria ter feito antes de os fotografar, mas as dores eram tão fortes que ela só queria tratar daquilo.
Assim que viu Rodolffo foi logo abraça-lo.
Conversou com os policiais e deu indicação do barracão onde esteve presa e de tudo o que aconteceu lá.
- Eu vou levá-la ao hospital, - disse Rodolffo. Se precisarem têem o meu contacto.
Alguns policiais ficaram de tocaia enquanto os outros foram embora.
Ao final do dia, Raul chegou ao barracão de moto. Mal desmontou, foi logo manietado e algemado por dois agentes.
- Que fiz eu agora?
- Está preso por sequestro e agressão da enfermeira Juliette.
- Essa p#ta conseguiu fugir?
- Pelo visto é bem mais inteligente que tu.
Algemado e colocado na viatura, os agentes entraram no barracão e recolheram as provas. Sapatos e pedaços de roupa da Juliette e as cordas que a mantiveram presa.
Enquanto isso no hospital, Juliette recebia assistência aos vários hematomas no seu corpo. Fez um rx só para despiste e fez um exame ocular, pois tinha a vista bem ferida.
Rodolffo na sala de espera, andava de um lado para o outro. Tudo lhe parecia demorar demasiado.
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