XIX

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Nos dias seguintes Rodolffo foi contactado por um advogado.  Ilda havia deixado uma quantia razoável em nome dele e destinado à sua filha.

Rodolffo estava perplexo pois não entendia de onde Ilda conseguiu esse dinheiro.  Apesar dela lhe ter confidenciado ter ganho dinheiro ilicitamente, ele nunca questionou como.

Juliette colocou a sua casa à venda mas optaram por comprar uma outra um pouco maior.  Precisava de algumas adaptações,  mas eles não tinham pressa em mudar-se.  Por hora ficariam ali e fariam as alterações com calma.

Juliette além de enfermeira era também fisioterapeuta e tinha agora a oportunidade de exercer esse seu lado profissional em casa.  Na casa nova teria um bom espaço para isso.

Mariela foi a jovem escolhida para cuidar de Luz.  Emigrante do Chile, veio ainda criança com seus pais para o Brasil.  Hoje está com 18 anos e a iniciar a faculdade de medicina, mas precisa trabalhar para pagar os seus estudos, pois o que os pais ganham é insuficiente e ainda há mais dois irmãos menores.

Para facilitar as suas aulas, ficará a morar com Juliette e Rodolffo de segunda a sexta e aos finais de semana poderá ir a casa dos pais.  Seria muito difícil ir e vir todos os dias pois ainda é uma distância considerável.

Enquanto o seu cantinho de trabalho não estiver pronto, Juliette faz questão de cuidar de Luz integralmente.

- Amor, deixa a Luz com a Mariela.  Vai sair, espairecer um pouco.  Vou ficar preocupado por não saíres de casa.  E quando começares a trabalhar, então aí são 24 horas fechada em casa.

- Mas eu gosto.  E eu saio contigo quando estás  de folga.  Eu não gosto de sair sózinha.

- Sai com a Luz e a Mariela.  Vão as três.

- Vem cá.  Vamos namorar um pouco.  As duas estão lá no jardim.

Rodolffo pegou nela ao colo e levou-a para o quarto.  Fechou a porta e começou a despi-la.

Foi depositando beijos aqui e ali até a ter completamente rendida.  Amaram-se com pressa para não serem descobertos e logo depois tomaram um relaxante banho de banheira com sais.

Foram depois, juntos, preparar uma refeição para os três.   No tempo que esteve sózinho,  Rodolffo teve que se virar para cozinhar e agora sempre que podia, exibia os seus dotes culinários.

- Tu fazes o salgado e eu o doce. - disse Juliette.

- Pode ser, que eu de doce só percebo de comer.  Só tem um docinho que eu percebo e gosto muito.

- E é?  Qual?

- Este aqui, - disse ele abraçando-a por trás e beijando-a no pescoço.  Docinho sem açúcar.

Ela rodou e ficou de frente.  Passou os braços pelo pescoço dele e beijou-o  nos lábios.

É para a outra margemOnde histórias criam vida. Descubra agora