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Hoje é o aniversário de dois anos da nossa Luz.  Eu digo que sou apaixonado nessa menina, mas apaixonada mesmo é Juliette.

Diz ela que foi amor à primeira vista.   Bateu o olho naqueles olhos azuis e ficou derretida.  As duas são um grude só.

Mariela mantem-se connosco e vai muito bem na faculdade.  Já mudámos para a casa nova e Juliette já tem o seu cantinho para trabalhar.

Fizemos uma pequena festa para comemorar o aniversário.  Convidámos alguns dos nossos novos vizinhos porque amiguinhos a Luz não tem.  No próximo ano vamos inscrevê-la num jardim de infância.  Depois as festinhas serão mais animadas.

Hoje fizemos apenas um churrasco para os adultos e tem o bolo de aniversário.

Estava a conversar com João,  o meu vizinho da frente, e vejo Juliette correr para dentro de casa.  Olhei à volta e Luz estava com Mariela.

Fui ver o que tinha acontecido.  Juliette estava a vomitar no banheiro.

- Que foi, Ju?

- Fiquei enjoada com o cheiro da carne.

- De manhã com o café, agora com a carne.   Dona Juliette,  o que é que me estás a esconder?

- É papai não tem jeito.  Não vale a pena esconder.  Vem aí um bébé.

Juliette falou enquanto se sentava na cama.  Rodolffo ajoelhou-se à sua frente e segurou-lhe mas mãos.

- Tens a certeza?

- Ainda falta fazer o teste, mas tenho a certeza.  Faz vários dias que estou atrasada.

- Que presente maravilhoso,  meu amor.  Agora sim, a nossa vida está completa.

- Verdade, que estás contente?

- Contente?  Eu estou muito mas muito contente.  Mais feliz só no dia em que tiver a nossa menina nos braços.

- Menina?  Pensei que agora poderias querer um menino?

- Quero o que vier, mas eu preferia uma menina.  Uma menina para ser grudinho do papai.  Tu "roubaste-me" a Luz.

- Tenho culpa se o meu colinho é melhor?

Rodolffo deitou-se ao lado de Juliette e começou a beijá-la.

- Já disse que te amo, hoje?

- Não ouvi.

- Te amo,  te amo mamãe.

- Também te amo muito,  papai.

- Agora vamos cantar parabéns e despachar a festa que eu quero comemorar só contigo.

- Comemorar como?

- Tirando essa roupinha toda, fazendo uma massagem, cobrindo-te de beijos e no fim entregar-me todo a ti.

- Uhmmm! Já quero.

- Vamos.

- Pessoal!  Vamos cantar parabéns porque a Juliette está passando mal e talvez precise ir ao hospital.

-  Espero não ser nada grave, disse João.   Vamos lá então  cantar parabéns e terminar a festa.

Rodolffo olhou para Juliette e piscou o olho.

Quando todos foram embora, Juliette liberou Mariela que ia passar o final de semana com os pais, deram um banho em Luz que depois adormeceu e os dois com um sorriso maroto começaram a tirar a roupa enquanto a banheira enchia.

Horas depois estavam os dois sorrindo um para o outro e  deliciando-se com uma fatia do bolo de aniversário repondo as calorias gastas.

- Dois depravados. - disse Rodolffo.

- Dois gostosos. - respondeu Juliette.

Rodolffo besuntou os lábios de chantilly e beijou Juliette.

O que se seguiu fica entre quatro paredes.

FIM




É para a outra margemOnde histórias criam vida. Descubra agora