O namorado do meu pai

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A casa de Toji era simples e um pouco bagunçada. Ele mencionou algo sobre o filho pequeno dele, chamado Megumi, estar dormindo no segundo quarto. Enquanto isso, Suguru se sentia muito cansado e o seu corpo ameaçava se desligar. Sempre que tinha aquele tipo de crise de ansiedade, ficava exausto.

Toji estava ocupado mexendo no guarda-roupa, tentando decidir qual ficaria melhor em Suguru, mas, quando olhou para trás, trazendo em mãos uma blusa preta e um short, percebeu que Suguru já estava deitado na cama. O rapaz adormeceu quase no mesmo instante, apenas retirou os sapatos e estava encolhido no colchão.

Por sua vez, Toji respirou fundo e deixou aquela blusa de lado, em seguida, pegou a coberta e cobriu o corpo do mais novo. Ele observou Suguru de perto, pensando o quanto esse homem era bonito e por alguma razão, nesse instante ele parecia incrivelmente frágil, como se precisasse de cuidados. Assim, Toji passou a mão no cabelo macio daquele rapaz, afastando do rosto. Por fim, pegou uma coberta para si mesmo e um travesseiro, indo para a sala, onde se acomodou no sofá para dormir.

No dia seguinte, Toji acordou com alguém o cutucando na bochecha, ao abrir os olhos, se deparou com Megumi.

— Pai, quem é aquele moço que está deitado na sua cama?

Por causa da porta aberta, provavelmente Megumi se deparou com Suguru adormecido no quarto do pai. Logo, Toji se reergueu e bocejou.

— É um amigo do trabalho — foi o que ele respondeu. — Está com fome? Acho que sobrou um pouco de bolo e refrigerante na geladeira.

Megumi fez uma careta de desgosto.

— Na escola, a professora disse que refrigerante faz mal.

Toji se reergueu e passou a mão no cabelo do filho, bagunçando os fios.

— É mentira dela, a sua professora não sabe de nada.

Dessa forma, Toji foi para a cozinha, sendo seguido pelo filho que se acomodou em uma das cadeiras da mesa. Não demorou para que Suguru também acordasse e, de imediato, sentiu uma leve dor de cabeça. O moreno levou uma mão até a testa, só então se recordando que não estava em sua própria casa. Assim, Suguru se levantou e deixou o quarto, logo se deparando com Toji mexendo na geladeira.

— Ou você prefere beber café sem açúcar? — ele disse, em tom de brincadeira, pois sabia que Megumi odiava café amargo.

Megumi fez uma expressão de nojo.

— Eca... eu quero só o bolo.

— Certo, certo... estou brincando com você. Cadê o seu senso de humor?

Foi então que eles perceberam a presença de mais alguém. Suguru empurrou alguns fios de cabelo atrás da orelha.

— Desculpe atrapalhar, eu posso usar o banheiro?

— É claro, fique à vontade, a casa é sua — Toji comentou. — A propósito, peguei uma escova de dentes nova para você, está no armário do banheiro.

Suguru agradeceu e partiu em direção ao local indicado. Quando ele entrou no pequeno banheiro e fechou a porta, respirou fundo algumas vezes, em seguida, jogou um pouco de água no rosto e começou a escovar os dentes. Sua aparência abatida era refletida no espelho, era algo que ele não desejava ver.

O seu primeiro pensamento foi em Satoru, estava tão arrependido de tê-lo tratado mal daquela forma, que sabia que precisava se desculpar o quanto antes. Suguru nunca foi ciumento, pelo menos, nunca demonstrou ciúmes. Ele sabia que Satoru não pertencia a ele, então não tinha o direito de reclamar ou de exigir algo.

Então, percebeu que o celular que estava no bolso começou a vibrar. A porcentagem de bateria estava baixa, além disso, havia inúmeras mensagens de seus amigos, em especial, mensagens de Satoru Gojo.

Triste por te ver partirOnde histórias criam vida. Descubra agora