Capítulo 19

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Minha cabeça zumbia, como o besouro que não para de girar do lado de fora da minha cabana.

Posso ouvi-lo, ir e vim como se estivesse procurando algo bem específico que estava chamando sua atenção.

Já é noite e todos estão dormindo, como eu deveria fazer. E queria.

Me levantei e em um ato de adrenalina onde podia sentir a energia passar por minhas veias correndo junto ao meu sangue agarrei o livro sobre mulheres que Clint me deu e sai da minha cabana.

Ele foi e veio, quando ia novamente o acertei em cheio.

— Bicho de metal nojento — Me abaixei para aceitá-lo mais algumas vezes com certeza de que ele não poderia voltar a voar.

Não confirmado voltei para dentro e com meus tênis pode finalmente pisar sobre aquela coisa inúmeras vezes descontando todas as minhas forças.

Até sentir meu joelho bater sobre a terra e meu rosto se molhar.

Eu podia sentir as lágrimas descerem pelo meu rosto, minhas mãos tremerem e meu corpo bambear ao ponto de não conseguir se firmar.

Deitada sobre a terra do lado de fora da minha cabana — distante — de onde os outros garotos discansam eu não pude me mexer, não pude fazer nada além de chorar tentando abraçar e confortar meu próprio corpo.

Em vão porque não me sinto melhor.

— Esther — Ouvi a voz distante de Ben e desejei que ele pudesse vir até mim, mas em seguida o único som passou a ser ainda os de meus soluços.

Eu queria parar, queria parar mesmo.

Mas eu não podia me mexer.

E então como em um pesadelo aquele mesmo zumbido voltou, tapei os ouvidos sentindo-o colado em meus ouvidos, não podia ouvir nada além e de olhos fechados me neguei a vê-los.

Mais sons além de nós voltaram a fazer presença, o som dos besouros caindo.

Mas eu não conseguia me mexer e me sentia tão fraca, nojenta. Suja.

Não entendi aquela sensação, eu estava bem.

A algumas horas eu jantei com meus amigos, pessoas que cuidam de mim, que me amam e agora eu não consigo me sentir limpa.

— Esther — Senti meu corpo finalmente se mover e meu rosto ser tomado por lágrimas.

— Minho — Quase joguei meu corpo sobre o seu, agradecendo o asiático por estar ali.

Mas eu estava tão suja que Minho não merecia.

Então as lágrimas desceram mais por meu corpo e os soluços foram piores.

Porque eu não consigo parar?

— Acabem logo com essas mertilas — Ouvi Minho dizer com a voz firme, só então quase presa ao abraço do adolescente pude ver que Winston junto a Ben derrubavam besouros.

— Por que tem tantos aqui? Eles nunca se aproximam da clareira?— Perguntei com a voz tomada por desespero vendo mais deles vindo em nossa direção.

— Eu não sei, Ste, eu não sei.

Ouvindo toda a barulheira, mais garotos acordaram indo até a cabana para salvar a garota.

Mas para Esther seu herói estava ao seu lado e não havia saído.

Mesmo que ela tentasse gritar por todos eles e desejasse que estivessem em segurança.

Inalcanzable - Minho Onde histórias criam vida. Descubra agora