Minha cabeça zumbia, como o besouro que não para de girar do lado de fora da minha cabana.
Posso ouvi-lo, ir e vim como se estivesse procurando algo bem específico que estava chamando sua atenção.
Já é noite e todos estão dormindo, como eu deveria fazer. E queria.
Me levantei e em um ato de adrenalina onde podia sentir a energia passar por minhas veias correndo junto ao meu sangue agarrei o livro sobre mulheres que Clint me deu e sai da minha cabana.
Ele foi e veio, quando ia novamente o acertei em cheio.
— Bicho de metal nojento — Me abaixei para aceitá-lo mais algumas vezes com certeza de que ele não poderia voltar a voar.
Não confirmado voltei para dentro e com meus tênis pode finalmente pisar sobre aquela coisa inúmeras vezes descontando todas as minhas forças.
Até sentir meu joelho bater sobre a terra e meu rosto se molhar.
Eu podia sentir as lágrimas descerem pelo meu rosto, minhas mãos tremerem e meu corpo bambear ao ponto de não conseguir se firmar.
Deitada sobre a terra do lado de fora da minha cabana — distante — de onde os outros garotos discansam eu não pude me mexer, não pude fazer nada além de chorar tentando abraçar e confortar meu próprio corpo.
Em vão porque não me sinto melhor.
— Esther — Ouvi a voz distante de Ben e desejei que ele pudesse vir até mim, mas em seguida o único som passou a ser ainda os de meus soluços.
Eu queria parar, queria parar mesmo.
Mas eu não podia me mexer.
E então como em um pesadelo aquele mesmo zumbido voltou, tapei os ouvidos sentindo-o colado em meus ouvidos, não podia ouvir nada além e de olhos fechados me neguei a vê-los.
Mais sons além de nós voltaram a fazer presença, o som dos besouros caindo.
Mas eu não conseguia me mexer e me sentia tão fraca, nojenta. Suja.
Não entendi aquela sensação, eu estava bem.
A algumas horas eu jantei com meus amigos, pessoas que cuidam de mim, que me amam e agora eu não consigo me sentir limpa.
— Esther — Senti meu corpo finalmente se mover e meu rosto ser tomado por lágrimas.
— Minho — Quase joguei meu corpo sobre o seu, agradecendo o asiático por estar ali.
Mas eu estava tão suja que Minho não merecia.
Então as lágrimas desceram mais por meu corpo e os soluços foram piores.
Porque eu não consigo parar?
— Acabem logo com essas mertilas — Ouvi Minho dizer com a voz firme, só então quase presa ao abraço do adolescente pude ver que Winston junto a Ben derrubavam besouros.
— Por que tem tantos aqui? Eles nunca se aproximam da clareira?— Perguntei com a voz tomada por desespero vendo mais deles vindo em nossa direção.
— Eu não sei, Ste, eu não sei.
Ouvindo toda a barulheira, mais garotos acordaram indo até a cabana para salvar a garota.
Mas para Esther seu herói estava ao seu lado e não havia saído.
Mesmo que ela tentasse gritar por todos eles e desejasse que estivessem em segurança.
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Inalcanzable - Minho
FanfictionEla foi a primeira garota a chegar na clareira. Com as poucas lembranças confusas, Esther, se lembra apenas de dois nomes; além do de Thomas, Minho.