Aquela Mesma Canção

5 2 0
                                    

Bem, fizemos a revolução

Mas ainda vivemos

A mesma canção.

A noite chega expondo

A magreza nua nas costelas,

Um olhar vazio em linha reta

A vida parece quilométrica.


A mesma canção ao amor perdido

Saudades da terra

Um sonho de realização impossível

Que a alma nega

Prisioneira da própria fantasia

Fracassada em mantê-la protegida.


Parecia apenas mais uma noite

Mas o céu cor de Lua a sensibilizou,

Mostrou a leveza de se viver.

E então optou por uma nova canção

Se afastando da velha visão:

Não viu de tudo ainda

E o mundo de sensações não termina.


É o fim da fome

Da mesma canção

Então devora voraz

Esse novo Sertão

Pouco importando

Se vai durar ou não.


Exploda suas cores

E rasgue o véu da noite!

E imagine as estrelas distantes

Mesmo que fiquem escondidas na estante

D'outra parede adiante.




Guilherme Ladislau, 24/04/2024

RevoluçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora