Capítulo 4

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Foi com a imagem de Victor que mantive a minha ereção e foi a voz grossa dele que consegui gozar de olhos fechados.

-Hoje você estava inspirado, meu amor. – A voz da Camille me despertou do meu transe e agradeci por não ter chamado o nome dele no auge do prazer. Me retirei do corpo dela e me desfiz da camisinha usada. Caminhei para o banheiro e me olhei no espelho vendo a farsa que sou.

Minha esposa entrou logo em seguida indo em direção ao chuveiro, ela me chamou e começou a beijar meu pescoço querendo mais. Eu não conseguiria uma segunda rodada daquilo.

Camille ficou frustrada e terminou o banho dela pisando duro. Ainda me chamou de frouxo. Eu merecia, pois não gostava dela, mas odiava a versão má que ela se transformou após o casamento. Eu queria muito que ela tivesse um amante, assim não seria tão cobrado na cama. Bufei.

Segui para a nossa cama e já vestido me cobri e apaguei a luz da mesinha ao meu lado. Lembrei do cartão que recebi nesta noite e que jurei jogar fora logo que chegasse em casa, mas quem disse que consegui me livrar dele.

***

"Eu não faço ideia do porquê estou entrando em contato com você, mas aqui vai minha apresentação. Meu nome é Leon, tenho 29 anos, sou médico e casado a cinco anos."

Enviei essa mensagem logo após chegar de uma reunião familiar na casa dos meus avós, onde pela primeira vez as indiscrições deles foram jogados no ventilador. A minha sorte foi que minha esposa não estava presente, para ela a família Gregorinni era a elite e não importava mais nada que não fosse eles. Ledo engano. Meu avô era a pior pessoa que existia na face da terra, e descobri da pior forma.

Minha avó mantinha um relacionamento com um funcionário que ela sustentava como um gigolô, e meu avô fazia vista grossa, pois não podia sujar o bom nome da família. E meu avô era amante da minha própria mãe, sua nora, e meu pai ficava calado. Um idiota que descontava sua raiva nos filhos por não conseguir controlar o próprio casamento.

Eu estava esgotado de tanta podridão e nojeira. E mais ainda invejava meu primo que não fazia ideia de tudo que corria por detrás dos bastidores do clã. Eu já senti vontade de desistir de tudo, de meter o pé, e até de acabar com a minha própria vida. Eu estava muito cansado e por isso mandei a mensagem, mesmo não esperando resposta daquele homem que me enxergou mais do que eu mesmo me enxergava quando olhava no espelho todos os dias.

"Dr. Leon, então." – recebi a resposta e a foto dele apareceu no aplicativo de mensagem. Ele salvou meu número. – "Achei que tivesse jogado fora meu cartão, doutor."

"Deveria ter jogado mesmo. Você é muito audacioso."

"É meu charme, Baby." – suspirei, não nego, nunca tive oportunidade de ter um flerte tão descarado com outro cara.

"Agora já me apresentei. Você não vai fazer o mesmo?"

"Meu nome você já sabe, tenho 24 anos, estou cursando arquitetura e urbanismo, e trabalho como assistente em uma grande empresa de arquitetura, a Planner, já ouviu falar nela?" – o telefone até escorregou da minha mão. Tinha que ser funcionário do Benício, porra.

"Já ouvi sim. Mas, não foram eles que desenvolveram o projeto do condomínio."

"Não. Eu fui convidado por uma amiga minha que fez ele. Somos concorrentes, mas não deixamos de ser amigos." – ele ainda mandou um emoji de olhos piscando.

"Você não falou seu estado civil."

"Curioso. Rsrsrs. Estou solteiro por enquanto." – não vá por esse caminho, Leon, pensei.

Meu castelo de cartas - Spin-off de Má conduta( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora