Difícil

95 26 26
                                    

O motorista para o carro e nos olha pelo retrovisor desconfiado.

— É esse o lugar?

— É aqui mesmo.

Ele olha para o terreno e está com cara de quem vai chamar a polícia assim que virarmos as costas.

— Nós trabalhamos aqui.

Nós olhamos para o Pran que dá aquele sorriso  cheio de covinhas e o motorista acena abrindo a porta, não acredito que ele só precisou ser fofo pra convencer de que está falando a verdade!

O Covinhas pisca pra mim e sai do carro, nós vamos até o porta malas e começamos a tirar as coisas, por sorte compramos malas para colocar o que ganhamos na ilha,  vai saber o que o motorista pensaria se visse todas aquelas sacolas e trouxas. Quando todas as seis malas estão fora do carro o motorista olha para o prédio em construção mais próximo, acho que ainda está decidindo se estamos falando a verdade ou invadindo, no fim acena para nós e vai embora.

— Ele vai chamar a polícia.

— Não vai, não.

O Covinhas passa por mim revirando os olhos e levando três malas com ele, pego as outras três que ele deixou para trás e vou atrás dele.

— Covinhas, me espera!

Nós andamos pela calçada que nos leva até o prédio que vamos ficar e subimos a escada, o apartamento mobiliado fica no primeiro andar, o chefe falou que podemos usar, mas precisamos manter organizado caso alguém queira visitar, claro que nem precisa dizer isso, o Covinhas é tão limpo e organizado que nem vão saber que estamos morando lá.

Nós paramos na porta e o Pran olha para trás, percebo pelo seu sorriso que ele está nervoso, mesmo assim ele respira fundo e digita a senha abrindo a porta.

— Puta que...

— Pat!

— Foi mal!

Eu olho em volta e não consigo acreditar, eu achei que eles iam montar um dos apartamentos padrões para nós, mas esse aqui é um dos de luxo, não sei nem se eu vou ter coragem de dormir aqui.

— Pat, entra de uma vez.

Eu me assusto vendo o Covinhas parado em uma porta, ele parece muito sério agora, será que ele disse algo que eu não ouvi? De repente ele da aquele sorriso debochado e aponta com a cabeça para o lado.

— Você vai adorar o banheiro da suite principal.

Eu entro correndo e passo por ele, vou até o final do corredor e entro por uma porta que está aberta, o quarto é enorme e incrível, mas eu não perco muito tempo com ele, atravesso e abro uma porta, mas para a minha surpresa é um armário, um armário maior que o meu quarto, fecho e vou para o outro lado, dessa vez é o banheiro e que banheiro! Fico em dúvida se podemos usar tudo no apartamento, tipo a hidromassagem, ninguém especificou nada para nós.

— Pat?

Eu olho para trás e o Covinhas está encostado na porta de braços cruzados, eu posso jurar que ele está pensando sacanagem com essa cara que está fazendo.

— Quer tomar banho?

Ele está pensando sacanagem, tenho certeza!

Eu me aproximo devagar e seguro a sua camisa.

— Você quer tomar banho, Covinhas?

— Eu quero fazer outra coisa, Olhos Ferozes!

Ele me beija e vai tirando a minha roupa, enquanto me empurra na direção do chuveiro.



Aquele Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora