Inesperado

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Chegamos em casa com o Pran ainda puto, cheguei a conclusão de que ele está com ciúmes, mas fala sério, a garota estava tentando seduzir ele, como eu virei o errado nessa história?

Ele entra em casa deixando a porta aberta e vai direto para a cozinha, quando eu entro ele está lavando as mãos, esfregando elas de forma frenética fazendo muita espuma. Vou até ele que está tão concentrado na sua pequena crise que não me vê chegando, eu o abraço e seguro as suas mãos fazendo ele parar, levo a mão direita até a água tirando toda a espuma, depois faço o mesmo com a esquerda, quando termino desligo a torneira e o abraço.

— Você não precisa ficar assim, Covinhas...

Ele não responde, nem se move, penso no que mais dizer, mas realmente não sei porque ele está assim, então eu apenas descanso o meu queixo no seu ombro, fecho os olhos e espero para ver o que ele vai fazer a seguir, não dá pra ficar pedindo desculpas sempre, principalmente quando nem sei qual é o problema.

— Me desculpe...

Eu congelo quando ouço isso, o Pran vira pra mim, me abraça e deita a cabeça no meu ombro.

— Eu sinto muito, Pat!

Sinto toda a ansiedade, que eu nem sabia que estava sentindo,  ir embora, então abraço ele o mais forte que consigo e beijo o seu pescoço.

— Você está bem?

Depois de um longo momento de silêncio ele suspira e concorda, se afasta sem deixar de me abraçar e sorri.

— Eu exagerei, não foi?

— Me conta o que aconteceu pra eu saber se você exagerou.

Consigo ver a incredulidade no seu olhar, eu com certeza perdi alguma coisa.

— Você sorriu quando viu ela nua.

É sério isso?

— Primeiro, ela não estava nua, segundo, eu não sorri, eu ri, porque a tentativa dela de te seduzir foi patética.

— Ela não estava...

— Sim, ela estava, é o que ela tem feito desde que se meteu nas nossas vidas do nada. As visitas, os doces, as conversas nostálgicas...

Não acredito que ele nunca percebeu isso, mas está na cara que não, chega a ser fofo a forma que ele é totalmente alheio ao efeito que causa nas pessoas.

— Eu te amo, Covinhas!

Quando o beijo ele se afasta.

— Não tenta me enrolar, Pat!

— Eu não estou tentando te enrolar, foda-se se ela estava sem roupa! Aquela garota é patética, sem graça, irritante e não faz o meu tipo.

— O seu tipo?

— É. Ela não tem covinhas, nem um sorriso lindo, os seus olhos não são expressivos e apaixonados.

— Ah, então esse é o seu tipo? E o que mais?

Eu sorrio e o abraço novamente.

— Tem um único cheiro no mundo que eu quero acordar sentindo todos os dias pelo resto da minha vida, uma única mão que eu quero me tocando e um único pau que eu quero me fodendo. Só uma pessoa nesse mundo faz o meu tipo, Covinhas...

Ele respira com dificuldade enquanto eu falo beijando o seu pescoço, chupo com força onde estou beijando e ele geme baixo.

— Quem é essa pessoa, Olhos Ferozes?

Eu me ajoelho na sua frente, abro a sua calça e espero, quando ele finalmente me olha eu coloco o Pranzinho na boca.

~•~

Aquele Verão Onde histórias criam vida. Descubra agora