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Preparo o quarto colocando lençóis novos e até mesmo um incenso de sândalo.

O quarto principal é amplo e chique, com vários armários e uma sacada com a melhor vista, a janela bem na altura da cachoeira, no fim de tarde um arco-íris se formava por conta do sol atravessando a água.

Vou para a cozinha e cozinho algo para ela, pensei em peixe, corto tudo em retângulos, coloquei também alguns legumes. Pela janela eu pude ver que havia alguns pés de tempero plantados ao lado da casa, colhi alguns e adicionei no caldo. O aroma flutuava por toda a casa.

Como o tempo passa e nada dela sair do banho eu vou ver se está tudo bem.

Parada na banheira, sem expressão nenhuma, as lágrimas caiam pelo seu rosto, já inchado de chorar.

Ajudo ela a sair da banheira e a levo ao o quarto para trocar de roupa já que as suas estavam encharcadas.

Ajudei à sentar no banco que ficava nos pés da cama, ela ficou parada, sem dizer nada, só aceitando toda a situação. Nem me chamou a atenção pelo que eu havia lhe dito e nem por eu ter entrado em seu quarto.

Pego um par de roupa e coloco do seu lado, saindo em seguida para que ela pudesse se trocar.

Quase terminando de arrumar a mesa para o jantar, ela desce, com seu vestido longo na cor marsala e aberto nas costas.

Ela se senta e começa a comer, como se nada tivesse acontecido.

Busco um remédio e peço permissão para passar nela, a qual acena que sim com a cabeça.

Enquanto passo a pasta pegajosa e natural, ela conversa comigo seriamente.

-Olha criada, toda ação tem uma consequência, já que inventou essa história absurda vai ter que continuar até o fim com tudo isso.

-...

-Inventou ser meu noivo e a partir de agora vai ser mesmo. Claro que vou te pagar a mais por isso.

-...

-Não precisa fingir sempre, só quando ele aparecer ou quando formos em eventos sociais, e vai fazer tudo sem questionar, exatamente como eu lhe disser.

-Certo senhora.

-Amanhã vamos até a vila, precisamos comprar alimentos e algumas roupas, principalmente pra você, quanto mais posses meu noivo aparentar ter, melhor vai ser para mim.

-Como quiser senhora. -Guardo o remédio.

Assim que ela termina de comer e sobe para seu quarto eu tiro a mesa, como um pouco na cozinha pois estou faminta, termino de lavar os pratos e deito exausta.

Assim que o sol atravessa a janela eu me levanto. Preparo o café, imagino como vai ser na vila... penso em como tenho que ser soberba e que ser confiante e sociável faria com que os outros acreditassem de verdade.

De fininho ela entra na cozinha, me assusto e acabo queimando minha mão enquanto coo o cafe.

-Não quis assusta-la, achei umas roupas do antigo dono, coloque-as.

Asseno com a cabeça. Ela se senta na mesinha ao meu lado, fico surpresa e tento não ser descuidada com minhas falas novamente.

-Perdão senhora, não quer se sentar na sala de jantar para tomar seu dejejum? Creio que ficará mais confortável lá.

-Aqui está perfeito. Se terminou de preparar tudo, me sirva, estou com fome, o dia hoje vai ser cansativo.

-De acordo.

-Sente-se, precisa comer bem, vamos fazem uma longa caminhada.

-Na mesa com a senhora?

-Sim.

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