MAYA E LUCAS: SEGUNDA CHANCE.

Bebida, Festa, Briga e crise existencial

Por Maya:

Decidi ir àquela festa. Coloquei um vestido bonito bem menininha e saí de casa escondida. Shawn não gosta quando eu saio a noite. Ele diz que alguém pode me matar e etc... coisa de gente neurótica. Eu não ia conseguir dormir mesmo. Porque não ficar acordada em algum lugar maneiro? Já não aguento mais olhar para o teto.

Quando cheguei na festa me ofereceram um copo de bebida. Eu neguei na mesma hora. Mas queria água, então procurei um filtro. O local era o ginásio da faculdade do Lucas. Não sei se eles tinham permissão para fazer essa festa, mas fizeram. O local é meio escuro, só tem umas luzes azuis que vem dos refletores do estágio. A música que está tocando é um rap ou coisa do tipo. Tem pequenos grupos de pessoas sentadas conversando ou se pegando no que seria uma arquinbancada. Essa é literalmente a festa mais adulta que eu já fui... e estou sozinha. Antes eu fazia essas loucuras com a Riley. Aí ela arrumava uma encrenca e eu ajudava... bons tempos. Quer saber? Acho que beber algo alcoólico não vai ser tão mau. Eu estou muito triste. Gente triste bebe por algum motivo. Vou lá tentar.

- Ainda tem bebida? - pergunto ao cara que me ofereceu quando entrei. Ele sorri e me entrega uma latinha.

O gosto era horrível, eu estava sentindo uma certa tontura depois de terminar a latinha. Mas eu não lembrava o porquê de estar triste antes de beber. Então eu fui novamente ao cara de antes pegar mais uma latinha, mas quando segurei a nova lata alguém segurou meu punho. Era um cara desconhecido... Ah! O cara que me convidou!

- O-oi! - disse um pouco tonta tentando olhar seu rosto melhor.

- Se divertindo? - Perguntou se aproximando. O cara da bebida nos deixou.

- Que merda te dá na cabeça pra segurar meu pulso? SOLTA AGORA! - seguro a gola de sua camisa com um olhar frio.

- Você é linda. - Ele comenta olhando dentro dos meus olhos.

- É, ela é linda! - escuto a voz de Lucas. Me viro e em segundos ele já tinha dado um soco no cara. Ele, por sua vez, caiu no chão igual um bêbado. Será que ele estava bêbado? Eu estou... Acho que não vou saber identificar agora.

- Lucas! - sorrio e o abraço. No meio do abraço percebi que eu estava muito pesada para ficar de pé sozinha, então joguei meu peso sobre ele como se fosse minha muleta.

- O que está fazendo aqui, Maya? - Ele segura meu rosto, apertando minhas bochechas. - Esse lugar é perigoso! Você está sozinha e bêbada!

- Você está aqui agora! Para de criar problemas. - Pausei- Oh Oh! - tentei debochar dele, mas ele ignorou e me carregou nos braços para fora da festa. Me colocou em seu jipe e me levou até em casa.

A pior parte foi o Shawn abrindo a porta do frente porque o tapado do Lucas não conseguia me jogar no meu quarto pela janela ou me carregar nas costas igual o Edward de crepúsculo faz com a bela. Que horror, ele é musculoso pra absolutamente nada! Levei uma bronca bêbada e mais uma bronca no café da manhã.

- Maya, eu digo isso pra você pensar melhor no futuro. Você se arriscou muito! Por que você fez isso? Está tudo tão bem. Pra que sair escondida e beber? Você não é assim!!

- E quem eu sou, pai? Eu sou só uma garota ridícula com uma vida ridícula! Eu queria me divertir, aposto que você já fez pior na minha idade. - disse e sai de casa já arrependida. Ele estava certo, eu sabia disso, mas meu reflexo para me proteger da loucura que eu fiz era me vitimisar. Espero que ele me perdoe. Nem eu sei o que deu em mim. Essa crise existencial está se estendendo por tempo demais.

Depois das duas primeiras aulas da manhã recebi um vídeo pelo grupo da faculdade. Era o Lucas batendo naquele garoto. Parece que se chama Rafael e é filho... do prefeito? Nossa, que droga!
Durante o almoço fiquei surpresa com a visita do Lucas.

- Dormiu bem, bêbada adormecida? - ele chegou chegando colocando as coisas sobre a mesa.

- Não vem, Cawboy! Eu levei muito sermão. - como um pedaço de batata.

- Viu o vídeo? - ele pergunta.

- Sim. Que soco bonito o seu. Parabéns!

- Tem ideia de que aquele cara queria tirar proveito de você bêbada? Olha, se quiser sair de novo precisa ter companhia no mínimo.

- Tirar proveito? - Maya comenta pensativa.

[ momentos depois de Lucas colocar Maya em seu carro quando estava bêbada]

- Coloca o cinto! Anda! - Lucas ordena furioso ao fechar a porta do assento do motorista.

- não consigo... tô tonta. - Maya diz desanimada e um pouco corada pelo álcool.

Lucas se inclina para colocar o cinto em Maya e ela percebe que seus rostos estão muito próximos. Seu coração bate muito rápido e ela sede ao impulso de segurar seu rosto e beijar seus lábios. Surpreso, Lucas a afasta imediatamente.

- Não acredito que você fez isso! - Lucas comentou com os olhos saltados.

[ corta para a hora do almoço ]

Maya encarava seu prato de comida silenciosamente por 30 segundos. Lucas percebe que ela está estranha.

- Lembrou do que você fez comigo? - Lucas chuta e acerta. Ele realmente sempre foi bom com jogos.

- NÃO! - respondeu um pouco alto.

- Lembrou sim. - ele sorri se divertindo.

- É... Lembrei. - pausou - mas eu não me declarei nem nada. Foi coisa de gente bêbada.

[ Maya depois de beijar Lucas no carro]

- Eu gosto de você! Eu gosto de você! Eu gosto de você! Que cawboy fofinho lindo! Você é tão bonitinho! - ela repetiu mil vezes até o fim do percurso.

[ corta para o almoço]

- Quem é seu Cawboy fofinho lindo? - ele faz piada. Ela fica mais vermelha que um tomate.

- Você é meu Cawboy fofinho lindo. - ela se rende e abaixa a cabeça sobre os braços com muita vergonha. - Por favor, não leva o que eu falei a sério. Eu não sinto mais isso por você. Eu gosto de você como amigo, só amigo. - ela fala de modo abafado sem levantar a cabeça ainda.

- Não esquenta, eu entendi em que sentido que você falou. - ele sorri malicioso e olha para ela. - Agora come! Para de esconder o rosto! - ele bagunça seu cabelo e ela bate em sua mão. Em seguida arruma a postura e continua a comer.