Só amigos

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- Lucas, vem aqui em casa! É urgente! - Maya desliga o celular.

Depois de meia hora Lucas aparece na janela do seu quarto e entra.

- qual o problema? - ele encontra ela sentada no chão na frente de seu guarda roupas. Ele se senta ao seu lado e a abraça.

- Minha mãe está grávida. - ela responde.

- E qual o problema? Isso é ótimo!

- Ela tem outra família, Lucas! Ela tem um marido e agora vai ter outra filha. Uma filha melhor do que eu que vai ter um pai melhor do que o meu.

- Maya, o Shawn também é seu pai. E sua mãe não vai te substituir.

- você tem razão, mas eu me sinto uma intrusa. Eu queria sair de casa e deixar eles serem felizes em paz.

- É a sua mania de fugir. Você mesma disse aquele dia no café. Ninguém vai te abandonar, você não precisa abandonar ninguém antes que aconteça isso, porque não vai acontecer. - ele segura seu rosto - Ninguém pode te substituir. A Maya que eu conheço é forte, atrevida, leal, amiga, divertida. Todos amamos a Maya. Ame a Maya também! - quando ele termina ela o abraça ainda mais forte reclinado a cabeça no seu peito chorando. Ambos ficam sentados no chão até Maya se acalmar.

- Eu sou tão emotiva, né? Não pensei que fosse me tornar essa manteiga derretida depois de velha. Eu era tão durona. - ela comenta limpando o rosto com alguns lencinhos. Ele fita-a ainda sentado no chão, encostado na porta do guarda roupa.

- Eu também não conhecia esse seu lado sensível... E isso não quer dizer que não seja bom. Você sempre teve emoções e sentimentos como todo mundo. Acho que agora está sendo mais complicado pra você lidar porque a Riley se foi. Esse era o papel dela.

- Ela era minha irmãzinha. Eu sinto tanta saudade. - a garota comentou.

- Eu também. - ele acrescentou.

- Sua vez, Cawboy. Me fala o que atormenta esse seu coraçãozinho!

- Homens são frios e sem sentimentos. - fez graça com uma voz de robô.

- Não. Fala.

- Lembra do que o Zay falou no café da última garota a entrar no nosso mundo?

- Lembro.

- Estou digerindo aquilo... Aliás, você percebeu que o Zay está afim de você? - Ele espera pela reação dela.

- Nossa. Eu pensei que isso tinha acabado.

- Vai fazer o que? - Lucas pergunta.

- Nada. Eu não sei o que fazer. O Zay é um ótimo amigo, mas não sei se consigo ver ele como um namorado.

- O que ele tem de diferente de mim?

- Que papo é esse, Lucas?

- Por que você queria ser minha namorada naquela época?

- Você já deve ter entendido que eu não sou boa lidando com sentimentos e mudanças. Olha o show que eu fiz só porque minha mãe está grávida. Eu nunca sei o que sinto ou como lidar. Eu posso ter visto algo em você naquela época, mas eu não sei o que eu vi. Eu só estava apaixonada e não queria saber de nada. Mas doeu ver a riley triste quando eu me meti entre vocês. E você também estava triste. Não era um sentimento pertinente pra sentir algo.

- Você ainda sente algo por mim?

- Eu não sei. E se sentisse, o que a riley acharia? Ela pensaria que eu esperei ela sair e fiz a festa com o ex namorado dela. Não quero abalar mais ainda nossa amizade. A distancia ja está encarregada de fazer isso.

- Você está certa.

- Por que essa pergunta?

- Só queria saber como o Zay poderia sair da lente de amigo para virar um possível namorado pra você. Mas agora acho que isso é um mistério.

- Não dá pra saber. A gente só gosta aleatoriamente das pessoas. E elas retribuem ou não... - eles trocaram olhares por alguns segundos.

- O filho do prefeito... foi ele que eu soquei. O que acha? - ele interrompe o silêncio do quarto.

- Voltou a ser um brigão por minha causa. Mas foi um lindo soco.

- Sem cargos na prefeitura para mim.

- E se o prefeito precisar de um veterinário para cuidar do animal do filho dele não atenda!

- com certeza!

- Você vai agora?

- Se você quiser eu fica mais um pouco.

- Não precisa. Você já me ajudou o suficiente. Não sei como te agradecer. Eu sempre de chamei de caipira, coronel Rick e etc... e vou continuar chamando mesmo que estejamos mais próximos agora, entendeu? - ela aponta para seu rosto.

- Sem problemas! - ele sorri encantador e sai pela janela. - Boa noite, Maya!

- boa noite, Lucas! - suspira.

Quando ele já está na calçada ela acena e fecha a janela.

- É, receber visita pela janela é legal.

MAYA E LUCAS: SEGUNDA CHANCE.Onde histórias criam vida. Descubra agora