[7] Doenças "Sanamente" Transmissíveis (DST)

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#OgrodeBruxa


— E como você lida com esse trauma?

De cabeça baixa, molhou a borda dos lábios com a ponta da língua. Desejando que à hora fosse gentil com seu tormento angustiante.

— Eu... Sei lá, eu só... — Bateu os punhos nas coxas cobertas pela saia roxa cheia de brilhos.

— Tudo bem. — A mulher lhe deu um sorriso pequeno, mostrando paciência e encorajamento.

— Podemos falar sobre isso na próxima?

— Claro, Sana.

— Obrigado, Srta. Kim... — Pediu baixo se levantando da cadeira, assistindo à mulher imitar suas ações quando atravessou a mesa e abriu os braços.

— O luto bloqueia os pensamentos e destrói o consciente. — A mulher disse baixo quando Sana entrou em seus braços, se escondendo no peito da mulher que apertou suas costas com amor.

— Não estou de luto. — Disse com a voz engasgada.

— Tem razão. — Ela disse com um sorriso fechado quando Sana se desvencilhou de seus braços, pegando a mochila na poltrona e jogando em um dos ombros.

— Até aproxima segunda, tia- Digo, Srta. Kim. — Sana sorriu sem graça recebendo uma risada baixa da mulher que a seguiu até a porta.

— Tudo bem, querida. — Disse esfregando o topo de sua cabeça.

— Ah! e... Por favor, não conta isso pra sua filha. — Pediu baixo, fazendo a mulher franzir o cenho.

— Sana, estou aqui como sua psicóloga, não como mãe da Dahyun. — A mulher explicou abrindo a porta enquanto Sana saia devagar, erguendo o queixo.

Sana encarou a mãe que esperava impaciente do outro lado do corredor. Seus olhos se bateram e a mulher caminhou em sua direção sendo surpreendida quando Sana passou por ela sem hesitar, a fazendo congelar no caminho ao sentir o vento vazio se formando com a penumbra da sombra da filha.

Seus olhos a seguiram com certa preocupação antes de se voltar pra frente, encarando a mulher no batente da porta que negou com a cabeça em um sinal mudo para deixá-la ir.

Mai suspirou derrotada, se aproximando da mulher que cruzou os braços, ajeitando a postura.

— Oi.

— Como você está? — A psicóloga perguntou baixo, fazendo a japonesa encolher os ombros.

— Estou bem, mas e ela, Sahar? — Perguntou apontando para a porta pela qual a filha saiu em alguns segundos.

— É complicado, Mai. A Sana não se abre, ela não- — A mulher esfregou a testa. — Ela vai melhorar, você está sendo uma boa mãe em se preocupar com ela desse jeito.

Mai riu sem nenhuma pitada de humor.

— Vá por mim, querida, eu sou tudo menos uma boa mãe para aquela garota rebelde.

— Ei... — A mulher se afastou do batente e segurou seus ombros deixando um esfregar leve em seus ossos. — Você quer conversar?

Como Quebrar RegrasOnde histórias criam vida. Descubra agora