Como Quebrar Regras

[10] Às Condolências De Uma Vadia (Parte 2)

#OgrodeBruxa

Já ouviu falar sobre o efeito borboleta?

— SANA!

As borboletas batem as asas em média 20 vezes por segundo, mas a borboleta-monarca é uma exceção, batendo as asas mais lentamente, entre 5 e 12 vezes por segundo.

— Sana!

O bater das asas das borboletas modifica a pressão do ar ao redor delas, fazendo com que este seja direcionado para cima.

O bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufão do outro lado do mundo. Mas é só a porra de uma teoria.

A teoria do caos, que inclui o conceito do efeito borboleta, diz que pequenas variações podem parecer insignificantes, mas ao longo do tempo podem gerar grandes mudanças, provocando uma sensação de caos.

— Sana!

A Hirai agarrou o ombro alheio, girando seu corpo de uma vez.

— Que porra aconteceu?! — Ela questionou desesperadamente.

— Por que o baile virou um memorial para a Park?!

— E o que você está fazendo aqui?

Vinte vezes por segundo. Mas o mundo ficou em câmera lenta. Seus ouvidos abafados e cada movimento em sua volta pareciam turvos e complexos demais para acompanhar.

"Você é uma assassina"

— Eu... — Ofegou.

Não precisou de muito tempo, para a sensação de caos pairar em seu ser, a corroendo por dentro.

A fazendo lembrar e se culpar.

Queria não se sentir afetada por algo que não foi sua culpa.

Mas... Lá, no fundo, ela sabia.

Seus olhos bateram com os olhos da Hirai que buscava respostas.

Afinal, a verdade sempre aparece.

— Fui eu. — Ela levou a mão trêmula até os fios loiros. — Fui eu. Momo... Apenas eu... Eu... 

Seus olhos arderam enquanto ela se virava para o outro lado, engolindo um soluço e passando os braços em volta do próprio tronco, se escondendo.

— Eu matei o Moonbin.

X

— Jihyo! Jihyo, querida!

Jogar a bolsa no sofá de qualquer jeito e arrancar aquele véu maldito da cabeça, fazendo seus cabelos caírem como cascata sobre o tecido branco e exagerado, não era bem o melhor jeito de se dizer "boa noite" para sua mãe.

— Me deixa em paz! — Declarou alto enquanto subia as escadas com o rosto manchado.

A mulher, ignorando o apelo da filha, não hesitou em segui-la.

— Quer me contar o que está acontecendo com você?! — Ela questionou, preocupada.

— Outro dia, eu vejo sua roupa favorita no lixo suja de tinta! Depois, você volta tarde para casa de uma festa e mais uma de suas roupas vai para o lixo, sai de casa no meio da noite e jura que eu não vou notar, ou então aparece com a bochecha inchada e diz que bateu em um poste! Quer mesmo que eu acredite em tudo isso?!

Jihyo soltou um soluço alto, chegando no último degrau, apertando os braços em volta do próprio tronco.

— Por que as pessoas são tão cruéis? ...