désolé mon amour pt. 2.

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sinceramente, tô cansado.
e não é porquê eu sou intenso.
eu tô cansado desse jogo de desinteresse,
que faz toda vez que me vê,
nem precisa me ver aliás,
coisa chata do caralho.

esse poema sinceramente não conta o meu agora,
mas o meu passado vem à tona agora,
fico revoltado agora,
afinal, por que não agora?

não posso querer alguém,
porque no final eu sou rejeitado,
profissional em coração partido,
tentativas de forma errada,
imaturas ou até rápidas demais,
burro, burro, burro.

me perguntam o porquê,
de mim não usar mais rimas,
para aquela harmonia na leitura,
harmonia de que lado?
se da esquerda recebo socos,
da direita recebo tapas,
e quando pisco, estou nocauteado,
ah ok, ela foi embora...

olhei pra trás, pensei que olharia pra mim,
mas seguia andando em linha reta,
e eu pensei que quem havia sido machucado,
era eu.

eu estava no meu ponto cego,
não havia necessidade de colocar lente aquele dia,
mas eu só acabei vendo, mesmo que embaçado,
o teu rosto em outro, que não era o meu,
preferia estar cego de verdade.

acordei de manhã,
você tinha começado o jogo,
lanchei e fui pra escola,
você jogou os dados,
cheguei em casa e joguei o jogo,
você bateu na mesa,
pensei que iria dizer "truco",
mas apenas disse
"tu não me ama".

de verdade, não consigo entender,
eu literalmente falava todos os dias
"eu te amo" "eu te amo muito"
pra no final, ela dizer que eu não a amava
e que ela queria alguém pra chamar de "seu"
o que eu fiz de errado?
será que faltou pontos de exclamação na minha frase?

faltou força maior minha?
ou faltou empenho maior teu?
meu amor, o meu amor era sincero
já não sei o teu,
te fazia carinho enquanto a gente se abraçava,
em um lugar em que eu não frequentava mais,
tu frequentava todo dia,
a minha antiga escola,
a minha antiga casa,
que no abraço,
tu virou minha casa,
agora sou um cachorro de rua.

deixei claro que te queria,
de todos os jeitos, de todas as formas,
mas teu desinteresse foi maior,
talvez ela queira alguém melhor,
mais bonito, e...
mais alto.

eu me perdia né?
inegável dizer...
um poema longo como esse,
reflete o que eu acho sobre você,
confusa e linda, apesar de tudo.

mas ok, vida que segue,
devo dizer isso?
chove lá fora,
e eu nublado aqui dentro,
você está como?
que nem a primavera, né?

noites quietas com estrelas quietas,
dias barulhentos com nuvens agitadas,
foi o meu coração depois de ti,
e olha que tu nem fez parte do meu antigo livro,
e o que désolé mon amour me deixou?
saudades, que nem você.

mas enfim, deixa quieto.
vive tua vida.
sou bipolar mesmo,
te vejo quando a gente se esbarrar,
de novo.

(espero que seja quando tudo estiver bem com você.)

ASSIM, SUCESSIVAMENTE.Onde histórias criam vida. Descubra agora