Capítulo 13

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— Mamãe, não chore!

   Ella riu, ao mesmo tempo que abraçava a mãe fortemente.
   Já estava na porta de casa com a bolsa, a mala e a caixa de transporte do Lys se despedindo da sua família. Decidiu que eles não iriam para o aeroporto, pois chegou a conclusão que despedidas em aeroportos são mais tristes.
   Logo depois abraçou Rafael e ouviu um sermão desnecessário sobre como ela deveria se cuidar para não ser vítima de tráfico humano. A moça franziu o cenho, o que fez seu irmão fechar a boca durante alguns minutos — pelo menos percebeu que a ideia era absurda e sem nexo. Ella também abraçou seu pai, que por um milagre, já conseguia ficar de pé tranquilamente.
   A fala continuava um pouco prejudicada, juntamente com a mobilidade das pernas, no entanto, já poderia voltar para sua vida cotidiana. Ela nunca se sentiu tão feliz em ver a evolução de Roberto durante longos oito meses, tudo valeu a pena.

— Não sei como vai ser esse natal sem você, Ellinha, mas quero que você seja feliz. — Ella separou o abraço e abriu um sorriso ao ouvir o que ele falava. — Criei meus filhos para voar, não é mesmo?

— Não fale como se eu não fosse voltar... — murmurou, se voltando para Cassandra. — Obrigada por tudo, mãe. Não chore, eu sempre manterei contato.

   Sua mãe limpou as lágrimas com as costas da mão, assumindo uma postura mais calma. Abriu um sorriso, que na opinião de Ella, se parecia muito com o dela e o de Rafael.

— Não precisa agradecer, é você quem teve a coragem necessária. — respirou fundo. — Tenha uma boa viagem, meu amor. Ligue pra mim quando chegar.

— Que história é essa de "coragem necessária"? Vocês duas estão falando por códigos?

— Não é nada que interesse a Rafael Sanchez, eu suponho. — Rafael fez uma careta, mas Ella contaria a ele sobre a conversa com a mãe no caminho para o aeroporto. — Anda, Rafa, leva minhas coisas para o carro.

— Pensei que isso também não era para o meu bico.

— Você tem que parar de ser tão dramático, seu bocó. — tirou a bolsa das costas e entregou para ele. — Depois eu falo pra você.

   Disse baixinho, vendo um sorriso de satisfação nos lábios de Rafael, que assentiu como se tivesse acabado de conseguir a maior conquista da história.

— Vai ligando o carro que eu já estou indo, só vou terminar de falar com o pai e a mãe.

— Você manda, e eu, de vez em quando, obedeço.

   E saiu todo orgulhoso arrastando a mala e segurando a bolsa, indo em direção ao seu carro. Ella balançou a cabeça e voltou a olhar para os pais.

—  Sim, mãe, eu ligarei para senhora. E, pai, eu agradeço também.

— Mas eu não fiz nada, só... — fez uma pausa, tentando formar a palavra corretamente. — Causei preocupações, filha.

— É claro que não! Pai, eu cuidaria do senhor para sempre se fosse preciso, e com muito prazer. Nenhuma preocupação é maior do que a minha gratidão em vê-lo bem, saiba disso.

   Ella percebeu que os olhos dele estavam se enchendo de lágrimas e o abraçou mais uma vez. Sentiu o tecido do vestido ficar úmido pelas lágrimas dele e segurou o próprio choro. Não queria tornar o momento mais triste do que já era.

— Tenho orgulho da mulher que você se tornou, não sei expressar isso com palavras.

— Não precisa, eu sei disso.

   Cassandra se aproximou e abraçou os dois, formando um abraço em conjunto. Durou alguns segundos até Rafael buzinar propositalmente e assustar os três, a ponto de se afastarem na mesma hora.
   Estraga prazeres.

Quando Juntos, Somos Eclipse | JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora