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POV NARRADOR
É o início de mais um dia intenso e corrido na rotina CLT de S/N, que trabalha na principal cafeteria de Londres, a famosa Coffee from London. A moça é atendente e garçonete do estabelecimento há exatos quatro meses e vem se saindo muito bem em sua função, apesar de uma certa colega de trabalho a atormentando algumas vezes.
Estudante de Gastronomia, S/N trabalha durante meio período à tarde e estuda de manhã numa universidade não muito distante do café, o que facilita bastante sua rotina.
— Dois muffins, por favor!
Uma garotinha de cabelos cacheados e loiros deixa algumas moedas em cima do balcão, com certa dificuldade, pois S/N mal conseguia ver sua testa direto pela baixa estatura da menininha de voz fofa.
— É pra já! — S/N sorri, embalando dois muffins de chocolate fresquinhos dentro de um saquinho enfeitado com ursinhos coloridos (a embalagem fora pensada especialmente para as crianças, que vêm em massa na cafeteria). — Aqui estão seus doces e seu troco, muito obrigada, lindinha!
S/N dá o seu melhor sorriso, vendo a garotinha sair saltitante pela porta e correndo de encontro até seus pais, que a pegaram no colo e adentraram o carro preto que permanecera estacionado na frente do local.
— O que está fazendo parada aí? Temos muitas mesas para limpar! — Freya diz, com sua carranca e nariz empinado de sempre. — Deixa que eu fico no caixa agora.
— Mas agora é o meu turno de ficar cobrando! — S/N protesta, vendo a garota ruiva soltar seus cabelos lisos da touca de higiene.
— Ficou quase a tarde toda aí, temos muitos clientes para servir, melhor se apressar... — S/N engole em seco, bufando e saindo dali, indo até a pequena janelinha que ligava o balcão com a cozinha e vendo a variedade de pedidos prontos para serem entregues.
Freya sempre foi um pé no saco da jovem, desde que S/N entrou na equipe da Coffee from London, a moça com sardas faz de tudo para exalar severidade sendo que ambos lados estão no mesmo cargo.
Tentando manter a calma e lembrar que ela depende desse trabalho, S/N pega uma bandeja carregada com uma xícara de café preto e dois croissants.
— Mesa 12... — ela murmura para si mesma, andando com cuidado pelos corredores apertados.
Ao chegar na mesa 12, S/N sente suas bochechas ruborizarem um pouco, pois o cliente era um homem alto, com ombros e costas chamativas até demais. No entanto, ao ver seu perfil de frente, ela teve que fazer muito esforço para não deixar cair aquela refeição no chão. O homem misterioso carregava olhos azuis marcantes em sua face perfeitamente desenhada, o que deixou a simples garçonete fraca.
