AaliyahAlguma vez você já se perguntou se existe vida fora do planeta Terra? Já se questionou como seriam esses seres caso existissem? Do que se alimentariam? Qual seriam suas aparências?
A teoria da existência de outras Terras sempre foi algo consistente em qualquer que seja o local onde existam seres racionais. O simples pensar de que existam coisas mais poderosas que possam quebrar a estrutura, metodicamente construída por anos, desespera a alma das criaturas.
Por muitos anos me questionei se a submissão dos seres aos deuses se dava pelo desespero deles por ajuda, ou pelo medo e aflito que os assomava sempre que pensavam o que poderia acontecer caso nós nos revoltássemos. A visão que todos tem de nós é que somos os criadores dos pecados. Que as criaturas postas nas terras são reflexos nossos. Que suas almas perdidas e conflituosas na verdade foram algo que foi passado por nós a eles. Que toda a dependência aos pecados coexiste por causa de nós.
Mas será mesmo que foram os deuses que criaram os pecados? Será que fomos nós a nos aproveitarmos da paz instaurada para que pudéssemos ser melhores e superiores aos outros? Nós? Será que, realmente, fomos os culpados pela necessidade de se afogar nos prazeres físicos?
Como podem nos pedir ajuda e melhorias quando ao mesmo tempo eles espalham por aí como somos os culpados por tudo que acontece?
Somos os culpados por dar a eles uma terra com tudo que é necessário para que sobrevivam? Por dar a liberdade necessária para que vivessem da maneira que quisessem sobre a imensidão territorial que lhes fora concedida?
Não pode ser possível que ninguém se esforçara ao mínimo para pensar que ao mesmo que não podemos culpá-los por nossos feitos horrendos e devastadores, não podem nos culpar pela falha personalidade deles. O maior erro do ser é tentar achar culpados pelos seus próprios feitos; talvez seja por isso que todas as terras se afogam em desespero e morte.
Poderia ficar horas e horas em desvaneios sobre essas hipocrisias cometidas pelos seres habitantes das terras feitas por nós. Claro que seria imprudência e egoísmo levar o credito por algo que ocorreu por uma série de sistemas complexos, mas, realmente, temos a maior participação nesses acontecimentos. Entretanto, não serei hipócrita com vocês, a alma imortal e infinita também comete tantos pecados que temo não existirem humanos o bastante para que esses compitam conosco. O ego de quem sabe que é forte costuma ser cheio e extremamente fortalecido, o que leva a ações mal pensadas. Tão mal pensadas que o início de uma guerra poderia, facilmente, ocorrer.
- Aaliyah - desligo minha mente dos meus próprios desvaneios e encaro o rosto pálido de minha irmã - acho que há algo de errado com ele.
Franzo o cenho pela sua colocação e sinto meu interior se contrair.
Como seria possível ter algo de errado com ele e eu não sentir nada? O garoto é meu escolhido, eu saberia se algo errado estivesse lhe ocorrendo, não saberia?
- Como você sabe?
- Não sei ao certo. - Aadrya se aproxima e isso me possibilita escutar seu coração disparado - mas sinto que algo está errado.
Levo os dedos aos meus cabelos escuros e os passo entre os fios. Aqueles que me seguem, independente do meu desejo por vossas companhias ou não, estão em silêncio. Como se a atenção deles estivessem em outro local.
- Eles estão quietos.
- Os espíritos?
- Sim, estão todos quietos.
O rosto de Aadrya, um espelho do meu próprio, se contrai e vejo sua garganta oscilar.
- Talvez devêssemos ir até lá para conferir se está tudo certo. Não fará mal algum irmos. Concordo com a cabeça.
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Corte de Luz e Sombra - Duologia Bourgogne
Fanfiction"- Seus olhos são de um prateado que nunca vi. Por que são assim? Aaliyah não havia decidido se achava Lucien um feérico curioso ou estupidamente intrometido. - Porque não sou como você. - O que é então? - Sua voz soava firme, diferentemente de qu...