XI - Um passso para trás

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Antes de perceber que eu havia desmaiado, voltei à consciencia lentamente, sentindo um enojô brutal no estômago e uma dor ardida na cabeça.

  Eu estava desnorteado e meio cego pela luz branca acima de mim, mas meu primeiro impulso foi empurrar a manga da minha blusa tentando encontrar o que de errado fazia doer tanto.

  Era um arranhado fundo demais para ser acidental, tinha um formato de X. Parecia ter feito por uma lâmina pequena mas sem intenção de deixar cicatriz.

  Mais desperto eu vi onde estava, uma espécie de ala médica, eu mesmo fui deitado em uma maca.

Não tinha ninguém ali, estava muito quieto e, pela janela, pude ver que ainda era noite, mas antes de qualquer coisa eu precisava correr aé o banheiro onde vomitei muito mais do que eu sabia que era possível.

  Minha cabeça explodia, meu braço ardia e eu não conseguia esquecer a cena da floresta o que me fazia vomitar ainda mais.

  Aquele desgraçado havia ido longe demais? O que ele ganhava com tudo aquilo? O que ele precisava provar e para quem?

  Eu não podia... eu não era forte o suficiente para vencer ele nem para proteger Matt. A esse ponto eu tina medo de haver algo na mente de Jack pior que a morte...

- Nik. Hey, Nk, eu estou aqui. - A voz baixa e preoucopada soou me enjoando ainda mais.

- Shh, shh, está tudo bem, vai passar... - Parte de mim sabia que Matt estava tentando ajudar quando esfregou minhas costas e acariciou minha testa, tirando meus cabelos da frente, mas eu senti como um choque.

  Mais forte do que planejei o empurrei, tanto que ele desequilibrou e caiu sentado no chão, mas eu não o olhei, eu só não queria que ele me tocasse naquela hora.

  Doía tanto meu corpo todo, eu parecia ter sido atropelado por um caminhão, e não dava para respirar, minha garganta estava sendo enforcada. Que diabos Jack fez comigo?

  Eu estava tão fora de mim que comecei a pensar se aquele desgraçado não tinha algum tipo de poder sobrenatural.

- Nikolai, olha para mim. - A voz dele ainda estava baixa, mais distante que nunca.

- Você está tendo uma crise de pânico, entendeu? Eu sei como você está se sentindo, mas preciso que respire fundo mesmo que seu peito esteja doendo. - Pediu sem se aproximar, foi bom.

  Eu fechei os olhos e coloquei a mão em cima do coração acelerado e por alguns seguindos inspirei lentamente e expirei pela boca. Naturalmente fui me acalmando e os pensamentos silenciando.

- Isso, perfeito. Não precisa falar, apenas balança a cabeça, você está machucado? - Eu neguei.

- Ok, e você ainda ainda está passando mal de ansiedade? Taquicardia e tal? - Neguei novamente.

  Matt sorriu e suspirou.

- Que bom. Posso tocar você para te ajudar a voltar para a cama? - Eu precisei negar de novo.

  Não havia problema nenhum com Matt, o que me fazia querer vomitar era eu mesmo. Tinha medo de tocar nele e, de alguma forma, automaticamente machucá-lo.

- Ok, tudo bem, sem problemas. Vem comigo, vou abrir as jaelas para entrar um ar. - Ele saiu do banheiro prmeiro e foi na frente fazer isso.

  Ele realmente nunca falhava em me maravilhar com seu respeito e compreensividade.

  Me apoiei na beira da pia e, mesmo tremendo e sentindo as pernas falhar, voltei para a enfermaria. Matt estava setado a cadeira de visitante, observando a noite escura com calma e silêncio.

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