XIII - Casa na praia

30 6 1
                                    


- Você o que? - Viktor até derrubou água na mesa enquanto Kaze congelou com a mão na frente da boca.

- Ele vai manter a criança, mas assim que nascer vai me dar total guarda e não quer ser associado a ela. -

- Der'mo... - Viktor desistiu completamente e foi procurar um pano para secar a bagunça.

- Nik... Ah, meu anjo, o que eu te disse quando você começou a sair com aquele garoto? -

- Você tinha minha idade quando engravidou acidentalmente de mim, era para eu ter cuidado. -

- Eu não estava realmente pedindo para você responder... Ah, meu Deus. Ok, já foi, vamos pensar em como continuar daqui para frente. -

- Como continuar? Só tem um jeito, ele vai tomar responsabilidade pelo que fez. - Meu pai parecia mais irritado do que preocupado.

- Vik, acalme-se. Ele não precisa de julgamento agora, precisa de nós pensando como adultos racionais. -

- Você acha que eu pensei em não assumir responsabilidades? Que eu ia ignorar o Sasaki e deixá-lo lidar com tudo sozinho igual você fez com meu pai? - Eu perguntei sem expressões.

Minha intenção não era procurar briga de jeito nenhuma, eu nunca desrespeitei Viktor, mas minhas palavras saíram diferentes do que planejei.

Ele ficou vermelho de raiva e vergonha, senti o cheiro de um alfa dominante crescer exponencialmente na intenção de me intimidar.

Mas antes de me machucar, eu era recessivo, meu pai entrou na frente com as presas aparentes e os punhos cerrados.

- Viktor, vá tomar um ar. - Mandou lentamente entre dentes. O cheiro doce e amável ficou ácido e atacou diretamente na fraqueza do alfa marcado.

Ele estralou a língua, mas vai ousou desobedecer e saiu da cozinha deixando um silêncio pesado para trás.

Kaze voltou a se sentar, respirando fundo com a mão apoiando a testa.

- Desculpa, eu não quis ser insensível. -

- Eu sei que não, querido, mas depois você vai ter que conversar com o seu pai. Você sabe como ele é... Mas, enfim, me fala o que você está pensando em fazer agora. - Ele pegou minha mão e segurou-a gentilmente, me dando um olhar paciente e morno.

- Eu vou ficar aqui no Japão, encontrar um trabalho e cuidar do Sasaki até o bebê nascer, depois vejo o que fazer. -

- Você já pensou em como vai ser sua relação com o Matt agora? Com você tendo que conviver com seu ex, um filho e à dois continentes de distância? -

- Hm, pensei, tem muita coisa que preciso conversar com ele, mas tenho certeza que o Matt vai entender e ficar comigo. -

- Oh, que convicção adorável. - Kaze riu levemente.

- Que ótimo que você está levando a situação racionalmente. Estou orgulhoso por ter criado um homem tão bom. - Ele bagunçou meus cabelos e deu um beijinho na minha testa.

- Mas você tem noção do quão sério é ser pai, meu anjo? Você sabe que sua vida mudou para sempre, que você nunca mais vai poder focar cem por cento em você e que pelos próximos dezoito anos você vai viver por essa criança? -

- Eu sei. Eu pensei muito nisso essa noite e eu não tenho medo, pai. É estranho eu estar mais animado do que ansioso? -

- Haha não é estranho, não. Que bom que você está feliz, fico mais tranquilo... Ah, céus, eu vou ser avó! - Ele expirou fundo toda a tensão naquela sala.

Um acaso curiosoOnde histórias criam vida. Descubra agora