Primeiras decisões

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                                PEDRIDepois de deixar o estádio, segui direto para casa com Pablo adormecido no banco de trás do carro

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                                PEDRI
Depois de deixar o estádio, segui direto para casa com Pablo adormecido no banco de trás do carro. O pequenino, agarrado ao seu paninho, parecia tão tranquilo em seu sono, uma verdadeira contradição à agitação emocional que havia permeado nosso encontro. Olhava pelo retrovisor de tempos em tempos, garantindo que ele estava seguro, enquanto minha mente girava com a rapidez de um redemoinho.
O garotinho, com seus olhos castanho esverdeados, parecia, apesar de tudo, depositar confiança em mim -um estranho-.

Conduzi pelas ruas de Barcelona, cada semáforo e curva me levando para mais perto de um futuro incerto. Eu não tinha um plano, mas sentia uma força gravitacional me puxando para cuidar desse garoto que, por algum milagre do destino ou coincidência, havia cruzado meu caminho.

Ao chegar em casa, carreguei Pablo, ainda dormindo, para dentro. Ele murmurou algo inaudível em seu sono e se aconchegou mais em meus braços enquanto eu o levava para o sofá, colocando delicadamente uma coberta quentinha sobre ele. O silêncio da noite só era quebrado pelo som da sua respiração tranquila e pelos meus passos abafados no tapete da sala.

A solidão daquele momento me fez perceber o quão despreparado eu estava. Por impulso, peguei meu celular e disquei o número da minha mãe, que no momento estava em sua viagem para Madrid. Ela atendeu após alguns toques, sua voz sonolenta rapidamente se tornando alerta e preocupada ao ouvir a urgência na minha voz.

"Mãe, eu preciso de ajuda," comecei, minha voz vacilante traíndo a calma que eu tentava projetar.

"Pedri, o que aconteceu? Você está bem?" A preocupação de minha mãe era palpável mesmo através da linha telefônica.

"Estou bem, mãe, mas é uma longa história... Eu encontrei um menino, um garotinho. Ele estava perdido no estádio hoje a tarde, sem ninguém por ele. Eu... eu o trouxe para casa."

Houve uma pausa do outro lado da linha, e eu podia imaginar minha mãe processando a informação, seu cérebro trabalhando a todo vapor como sempre fazia. "Você fez o que achou certo, Pedri. Mas o que você pretende fazer agora?"

"Eu não sei, mãe. Ele disse que a família dele foi embora. Ele está tão perdido... Eu só... eu sinto que preciso cuidar dele. Pelo menos até descobrirmos algo mais."

"Pedri, você é bom. Muito bom," ela disse, sua voz suave e reconfortante. "Vou pegar o primeiro voo para Barcelona. Você não vai fazer isso sozinho."

Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios. "Obrigado, mãe. Eu realmente preciso de você."

"Enquanto isso, mantenha-o seguro e confortável. Amanhã você pode começar a procurar se há algum relato de criança desaparecida ou algo assim. Vamos fazer isso juntos, passo a passo."

Desligamos e eu me sentei no sofá, olhando para o pequeno Pablo dormindo pacificamente. Minha vida, que até algumas horas atrás girava em torno de futebol e treinos, de repente incluía brinquedos, chupetas e paninhos de assoar nariz.

Eu sabia que as próximas semanas, ou até meses, talvez anos ou até mesmo a vida toda, seriam desafiadores. Mas olhando para Pablo, um sentimento de proteção me envolveu completamente. Eu faria tudo ao meu alcance para garantir que ele nunca mais se sentisse tão abandonado e sozinho como naquela noite no estádio.

Na quietude daquela sala, com meu novo pequeno companheiro ao meu lado, senti pela primeira vez o peso e o calor da paternidade não planejada, mas profundamente sentida. Estávamos juntos nessa jornada, não importava para onde ela nos levasse. Afinal, eu não acreditava que encontraríamos relatos de desaparecimento sobre ele ou algo do tipo, porque ele realmente parecia ter sido abandonado, não desaparecido ou fugido de casa.

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