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Uma família inesperada
Sinopse:
Narrada por Pedri, meio-campista do Barcelona, esta história desdobra-se em um dia inesquecível que muda sua vida para sempre. Durante uma vibrante partida no Camp Nou, Pedri, um jovem tal...
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Os dias com Pablo estavam se tornando uma rotina aconchegante. Eu sabia que não era sempre fácil, mas cada sorriso fazia tudo valer a pena. No entanto, uma realidade estava prestes a bater à porta: a nova temporada do Barcelona estava para começar, e com ela viriam os treinos intensos e os jogos.
Eu sabia que não poderia estar com Pablo o tempo todo. As manhãs, em especial, seriam complicadas. Nos jogos, eu poderia levá-lo comigo, e ele ficaria com um segurança ou alguém de confiança nos bastidores do estádio. Mas durante os treinos? Isso era outra história. Eu precisaria encontrar uma solução.
Uma tarde, sentei com minha mãe na sala, observando Pablo brincar no tapete com seus carrinhos. Ela estava em casa me ajudando com as tarefas e, como sempre, suas palavras de sabedoria seriam essenciais para enfrentar essa nova fase.
"Mãe, acho que não vou conseguir ficar com o Pablo todas as manhãs quando os treinos começarem," comecei, a voz hesitante. "Eu não quero deixá-lo, mas não tenho escolha. Acho que vou ter que colocá-lo em uma escolinha."
Minha mãe me olhou com ternura, já antecipando minhas preocupações. "Filho, eu sei que é difícil imaginar ficar longe dele, principalmente agora que ele está tão acostumado a você. Mas pense no que é melhor para ele também. Na escolinha, ele vai conhecer outras crianças, aprender, brincar. Isso faz parte do crescimento."
Ela tinha razão, claro. Embora eu quisesse protegê-lo de tudo e mantê-lo perto de mim, sabia que Pablo precisava de outras experiências, de socialização, de um ambiente onde ele pudesse explorar seu mundo além de casa. Mesmo assim, a ideia de deixá-lo na escolinha, mesmo que por algumas horas, me dava um nó no estômago.
"Mas será que ele está pronto?" perguntei, observando o pequeno empurrar seus carrinhos sem se dar conta de nossa conversa. "Ele ainda está se acostumando comigo, com a nova rotina. E agora isso..."
"Ele está pronto, Pedri. E ele vai se adaptar. Crianças são fortes e se ajustam rápido. O mais importante é que ele sente que você está ao lado dele, mesmo que não esteja fisicamente presente o tempo todo. Vocês construíram uma base forte. Ele vai ficar bem."
Assenti, ainda com o coração apertado. Sabia que ela estava certa, mas nada me preparava para essa sensação de despedida, mesmo que fosse temporária. O próximo passo seria encontrar uma escolinha que fosse adequada para ele, um lugar onde eu soubesse que ele estaria seguro e feliz.
Passei os dias seguintes procurando escolas na área. Eu queria algo próximo de casa, um lugar com boas recomendações, que fosse acolhedor e seguro. Visitei algumas opções, conversei com professores, vi as instalações. Em uma delas, senti uma boa energia logo de cara. As crianças pareciam felizes, e a equipe era experiente. Fiquei mais tranquilo ao ver como tudo era bem organizado.
Depois de dias de reflexão, decidi que seria aquela escolinha. Marquei uma visita com Pablo para os próximos dias, para que ele pudesse se familiarizar com o ambiente antes de começar de verdade.
Enquanto observava Pablo brincar naquela noite, uma mistura de orgulho e medo tomou conta de mim. Eu sabia que essa era a coisa certa a fazer, mas não podia evitar me sentir um pouco ansioso. Ele parecia tão pequeno, tão dependente de mim. E agora, eu teria que confiar em outras pessoas para cuidar dele enquanto eu estivesse fora.
"Pablo," chamei, enquanto ele empurrava seu carrinho em minha direção. Ele olhou para mim com aquele sorriso inocente e confiante que sempre aquecia meu coração.
"Você gosta de brincar com outras crianças, né?" perguntei, tentando começar a conversa de forma suave.
Ele assentiu, ainda concentrado em seu brinquedo.
"Em alguns dias, eu vou te levar para um lugar novo. Uma escolinha. Lá, você vai poder brincar, aprender coisas novas, e conhecer outros meninos e meninas."
Ele parou por um segundo e me olhou, curioso, mas sem mostrar sinais de preocupação. Talvez porque ele ainda não entendesse completamente o que isso significava. Ou talvez porque, no fundo, ele confiava que eu só faria o melhor para ele.
"Você vai gostar," continuei, sorrindo e passando a mão em seus cabelos. "E eu vou estar sempre aqui quando você voltar. Sempre."
Pablo se aproximou e se aninhou em meu colo. Ele não disse nada, mas não precisava. Aquele simples gesto de carinho era suficiente para me lembrar que, independentemente de onde ele estivesse, nosso laço era forte. Eu o estava preparando para o mundo, mas ele sempre saberia que eu estaria ao lado dele.
Enquanto segurava Pablo nos meus braços, sabia que o próximo passo seria difícil para nós dois, mas também seria um grande avanço. Essa nova fase era inevitável e necessária.