As ruas eram bonitas durante a tarde. Poucas pessoas falam sobre como o céu de Gotham fica belo durante o crepúsculo. A calmaria que ele passava chegava a ser assustadora, parecia ter algo espreitando.
Evie chutava as pedrinhas ao caminhar por um dos parques da cidade. O cheiro das folhas das árvores e da terra era agradável e o vento chicoteando seus cabelos lhe causava uma boa sensação.
Se não saísse de casa enlouqueceria rapidamente. A mãe não parava de falar no seu ouvido, jogando críticas e sugestões das mais absurdas para ela. Talvez não devesse ter voltado para casa, mas ficar na Austrália também estava completamente fora de cogitação. Achou que conseguiria lidar com aquilo, entretanto, no último mês, isto se provou uma tarefa difícil. Perdê-la foi difícil.
A garota se sentia particularmente feliz sentada à beira do laguinho jogando pão para os patos quando o celular tocou. Ao ver que era a mãe, deixou cair na caixa postal umas três vezes antes de atender.
— Alô — Sentou-se no banco e soltou um suspiro — O que você quer?
— Onde você está? — Ela gritou — Volte para casa agora!
— Não quero.
— Eu não perguntei se você quer, Evie, eu mandei você voltar.
— Estou te dando uma folga de mim — Ela brincava com zíper do casaco — Achei que tivesse mandado eu me perder em algum lugar.
Ela ouviu a mãe respirar fundo do outro lado da linha, como sempre fazia quando tentava se acalmar.
— É, mas eu me esqueci de que tinha que sair hoje. Volte para casa, querida.
A falsa calma em seu tom fez Evie revirar os olhos.
— Não.
— Se você não voltar por bem, vai voltar por mal — Ela ameaçou — Então pense bem.
Evie deu uma risada sarcástica.
— É mesmo? — Perguntou em um tom debochado.
— É, é mesmo — Ela disse -— Não teste minha paciência.
Evie desligou na cara da mãe e se acomodou no banco da praça, vendo os patinhos nadarem.
•••
Duas horas depois, a menina se encontrava no banco de trás de uma viatura, indo para casa.
— Nessa idade os pais sempre são um saco — O oficial que estava dirigindo disse — Mas sua mãe não é esse monstro que você acha.
— Então mora com ela — Evie respondeu seca.
O homem olhou para a mulher sentada ao seu lado no banco do carona. Ela se mexeu desconfortavelmente no assento.
Sim, de fora a situação poderia apenas parecer que ela era uma jovem rebelde que fugiu de casa porque achava a mãe chata. Mas ninguém sabia o que tinha acontecido. As coisas não eram tão simples assim. Nunca foram.
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Ghost | DAMIAN WAYNE
FanfictionEvie nunca foi muito sortuda, perder o pai lhe mostrou isso. Mas a última coisa que ela esperava, era ter ainda mais problemas ao voltar para casa depois de cinco anos fora. Ela não queria vê-los, não queria ouvi-los, não queria senti-los. Entretan...