Reencontro e Cuidados

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CAPÍTULO 47

REENCONTRO E CUIDADOS

Na manhã seguinte ao emocionante pedido de casamento, os raios de sol penetravam suavemente pelas frestas da cortina, banhando a pequena cabana de Elena em uma aura de tranquilidade. Ela se levantou com um sorriso radiante no rosto, revivendo mentalmente o momento mágico que viveu ao lado de Daniel na noite anterior.

Enquanto se preparava para o dia, os pensamentos de Elena se voltavam para Daniel. Ele havia retornado para casa na noite anterior, mas algo parecia diferente. Uma preocupação discreta começou a crescer em seu coração ela sentiu que ele não estava bem, mas ela logo afastou esse sentimento, optando por se concentrar nas alegrias do momento presente.

À medida que o tempo passava, os raios de sol alcançavam cada canto da cabana, espalhando uma aura de calor e conforto. No entanto, o repique da campainha quebrou a serenidade do ambiente. Surpresa, Elena caminhou até a porta e abriu-a, encontrando Daniel do outro lado, com um sorriso terno nos lábios.

Elena não pôde deixar de notar que algo parecia errado. Daniel, geralmente tão vibrante e cheio de energia, estava pálido e parecia um pouco abatido. Ignorando seus próprios receios, ela o abraçou calorosamente, sentindo a temperatura elevada do corpo de Daniel.

"Daniel, você está bem?", perguntou ela, examinando o com preocupação nos olhos.

Daniel tentou sorrir, mas sua expressão denunciava a verdade. "Estou bem, Elena, apenas um pouco cansado, acho. A saudade de você durante sua ausência foi mais intensa do que eu esperava. Eu não consigo mais ficar longe de você."

Elena sentiu um aperto no coração ao ouvir suas palavras. Ela sabia o quanto ele havia sofrido com sua partida, mas não esperava que afetasse sua saúde dessa maneira. Decidida a cuidar dele da melhor maneira possível, ela o guiou para dentro da cabana e o fez sentar-se confortavelmente.

"Você precisa descansar", disse ela com firmeza, enquanto preparava uma xícara de chá de ervas reconfortante. "Vou cuidar de você, Daniel. Você fez tanto por mim, agora é minha vez de retribuir."

Daniel olhou para ela com gratidão em seus olhos cansados. "Você é um anjo, Elena. Eu não sei o que faria sem você."

Elena cuidou de Daniel durante todo o dia com cuidado e ternura, preparando refeições leves e nutritivas, garantindo que ele descansasse o suficiente e oferecendo-lhe palavras de conforto e apoio. À medida que a noite caía sobre a cabana, eles se aconchegaram para assistir a um filme juntos. Elena pensou que Daniel estava dormindo quando, ao tocar sua testa, percebeu que ele estava queimando em febre.

Na casa de Elena, o porão havia sido transformado em uma sala enorme e aconchegante, com uma janela ampla que proporcionava uma vista incrível. Os pais de Elena não estavam em casa, e ela não sabia para onde Lucas e Isabel tinham ido, pois quando ela acordou eles já não estavam mais ali. Próximo às escadas, uma parte do porão funcionava como um quarto de hospital, equipado com uma banheira enorme de água fria.

Ao perceber a febre alta de Daniel, Elena ficou apavorada, sem entender o motivo da recaída. Ela sabia que Daniel ficara doente por causa de sua ausência, então quando ela voltou, ele deveria estar completamente bem. As dores de Elena sumido quando ela o reencontrou, então as dele também deveriam ter desaparecido. Com esses pensamentos em mente, e vendo Daniel em estado febril e semiconsciente, Elena sabia que precisava agir rapidamente para evitar que ele corresse risco de vida.

Lembrando-se da banheira no porão, que seus pais usavam para períodos de abstinência do mar, Elena sabia que era a melhor opção para baixar a febre de Daniel. Mesmo vazia, a banheira seria útil. A febre de Daniel parecia ter um componente psicológico, como se seu corpo não entendesse que podia se curar após tanto tempo de dor e ausência de Elena. Parecia que seu corpo se acostumara com a dor e a fraqueza, o que o estava levando à beira da morte.

Com determinação, Elena levou Daniel para o porão e entrou na banheira com ele. Ligou o chuveiro gelado sobre suas cabeças enquanto o segurava embaixo d'água, na esperança de baixar a febre dele e trazê-lo de volta à vida.

Com a água fria caindo sobre eles, Daniel começou a recuperar um pouco mais a consciência. Ele conseguia abrir os olhos com dificuldade e falar com voz fraca, mas ainda precisava do apoio de Elena para se manter em pé.

"Elena...", murmurou Daniel, lutando para formar as palavras.

"Estou aqui, Daniel. Você precisa ficar acordado", disse Elena, preocupada e com os olhos cheios de lagrimas. "Por que você não está se curando? Por favor, você tem que se manter forte. Eu não posso te perder."

Daniel olhou para Elena, os olhos cheios de confusão e fraqueza. "Por que você  está chorando e porque entrou na água gelada comigo?", perguntou ele com dificuldade.

Elena segurou o rosto de Daniel suavemente entre as mãos, olhando profundamente em seus olhos. "Porque eu te amo", respondeu ela, com sinceridade.

Aquelas palavras ecoaram na mente de Daniel como um mantra. Era como se sua mente finalmente despertasse para a necessidade de combater a febre que o consumia. Ele abraçou Elena com força, sentindo o calor reconfortante de seu corpo contra o seu, Daniel inclinou-se para dará dar um beijo suave em  Elena, um gesto carregado de amor e ternura. No entanto, no instante em que seus lábios se encontraram, um grito estridente rompeu o ar tranquilo da casa, ecoando com fúria. Era uma voz desconhecida para ambos, mas carregada de raiva e desaprovação.

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