Além do Mar e da Lua

Caminhos Para a Paz

CAPÍTULO 54

CAMINHOS PARA A PAZ

Elena sentiu o peso das palavras de Draco em sua mente enquanto saía de casa naquela tarde ensolarada. Ela estava determinada a resolver as coisas com seu pai, a esclarecer os mal-entendidos e a encontrar um terreno comum entre eles. Respirando fundo, ela caminhou em direção à casa onde Draco estava hospedado, preparando-se mentalmente para a conversa que estava por vir.

Ao chegar à residência, ela bateu suavemente na porta e esperou, o coração batendo com uma mistura de nervosismo e determinação. Draco abriu a porta, e seus olhares se encontraram em um momento carregado de significado. Sem dizer uma palavra, Elena entrou na casa, convidando Draco a segui-la até a sala de estar.

Sentaram-se em frente um ao outro, o silêncio pairando entre eles como uma nuvem pesada. Finalmente, Elena quebrou o silêncio, iniciando uma conversa franca sobre seus sentimentos, suas preocupações e suas esperanças para o futuro.

"Draco", começou ela, sua voz firme, mas gentil, "Eu estou aqui para tentar resolver as desavença que possa existir entre nós."

Draco observou-a atentamente, absorvendo suas palavras com uma expressão indecifrável.

Lentamente, ele assentiu, dando a entender que estava disposto a ouvir o que ela tinha a dizer.

"Elena, eu... eu sei que começamos erros", confessou ele, sua voz carregada de remorso. "Eu não deveria ter agido daquela maneira. Mas as circunstâncias são complicadas."

Elena assentiu compreensivamente, reconhecendo a dor em sua voz. " Eu não sei os seus motivos mas eu realmente gostaria de entender"

"Eu sei que pode ser difícil entender meus motivos, Elena." Draco falou com uma mistura de tristeza e frustração em sua voz. "Quando deixei Sofia, foi por medo. Medo do que poderia acontecer se descobrissem meu erro de me apaixonar por alguém de outra espécie. Ser um vampiro é um fardo pesado. Eu preferi deixá-la ao invés de ver meu povo mata-la. Mas ver você com aquele lobisomem... Foi como reviver meus próprios medos e arrependimentos. Eu vi o que aconteceu comigo e Sofia, e eu não queria que você sofresse da mesma maneira. Misturar as espécies, na minha experiência, só leva à dor e ao sofrimento, principalmente para as mulheres. Eu sei que pode parecer egoísta, mas tudo o que eu queria era proteger você, mesmo que isso significasse agir de forma impulsiva e prejudicial, enfim minha ausência não protegeu Sofia e minha impulsividade só fez você se afastar de mim."

"Eu Entendo, Draco. Mas o passado não pode ser mudado, o que importa agora é o presente, o que podemos fazer daqui para frente. Eu quero que saiba que não guardo rancor, que estou disposta a perdoar e seguir em frente." Disse Elena, cheia de compaixão.

Draco olhou para ela, surpreso pela generosidade de suas palavras. "Você... você me perdoa, Elena?", perguntou ele, com uma mistura de incredulidade e esperança em sua voz.

Elena assentiu, um sorriso terno brilhando em seus lábios. "Sim, Draco. Eu te perdoo. Porque sei que, no fundo, todos merecemos uma segunda chance."

Draco ficou em silêncio por um momento, deixando as palavras de Elena ecoarem em sua mente. Então, finalmente, ele sorriu, um sorriso cheio de gratidão e alívio. "Obrigado, Elena. Por ser tão compreensiva, tão generosa. Eu prometo fazer o meu melhor para ser um pai melhor, para estar presente em sua vida daqui para frente. Elena tem algo mais que preciso conversar com você..."

Elena sentiu o coração acelerar à medida que as palavras de Draco ecoavam na sala. Ele havia confessado sua verdadeira intenção inicial, e isso a deixou atordoada. No entanto, em meio à surpresa, ela também sentiu uma pontada de compaixão por ele. Era como se uma cortina se erguesse, revelando camadas ocultas de seu passado.