Cicatrizes da Alma

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CAPÍTULO 4

CICATRIZES DA ALMA

Elena carregava consigo cicatrizes invisíveis, profundas marcas em sua alma que haviam sido infligidas pelos anos de abuso, desvalorização e opressão em seu reino. Desde tenra idade, ela fora submetida a um ciclo incessante de expectativas irrealistas e pressões implacáveis, sufocando sua essência e apagando qualquer brilho de esperança em seu coração.

Cada dia era uma batalha contra a desesperança, cada respiração uma luta para encontrar um motivo para continuar lutando. Os abusos sofridos, as palavras cruéis lançadas contra ela, a sensação de ser tratada como um nada, haviam deixado suas marcas, criando feridas que nunca  cicatrizaram completamente.

A depressão era sua constante companheira, envolvendo-a em um manto de escuridão que parecia impossível de dissipar. No silêncio de suas noites solitárias, Elena chorava lágrimas amargas, perguntando-se se algum dia encontraria um raio de luz para guiar seu caminho através das sombras.

Foi durante um passeio solitário, em busca de um refúgio temporário das pressões de seu reino, que Elena teve seu primeiro encontro com algo maior, algo que lhe deu um tão sonhado momento de paz. Enquanto nadava próximo a superfície, ela ouviu uma voz masculina cantando uma melodia suave e reconfortante, uma canção que tocava as cordas mais profundas de sua alma.

Curiosa, ela seguiu a voz até encontrar um o jovem homem cuja voz a havia tocado de maneira tão profunda. Ela o viu ajoelhado na areia, os olhos fechados em fervorosa oração, como se estivesse em comunhão direta com uma presença divina.

Enquanto Elena observava, ela sentiu uma calma reconfortante envolvê-la, uma sensação de paz que há muito tempo não experimentava. Era como se a presença de Deus estivesse ali, entre eles, guiando-os através das tempestades de suas vidas atribuladas.

Elena ouviu cada palavra da oração do jovem como se fosse uma revelação pessoal, uma mensagem direta do divino para sua alma cansada e ferida. Foi ali, naquele momento de comunhão silenciosa, que ela experimentou pela primeira vez o poder transformador da fé e da graça de Deus.

Diante desse encontro divino, algo dentro de Elena mudou, uma chama de esperança acendeu-se em seu coração, dissipando as sombras da desesperança e do medo, naquele momento ela soube que sua jornada para uma vida nova estava apenas começando, mas agora ela tinha uma fonte de luz para guiá-la através das trevas.

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