✿| A Dança Perdida.

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Boa leitura!

💐

Não sei ao certo como deveria me vestir. Já se completaram uma hora e sequer escolhi uma roupa consideravelmente descente. Estou igual um tolo parado na frente do espelho analisando a décima quinta combinação de roupa. Dessa vez, era uma flanela xadrez verde água e uma calça jeans preta com alguns rasgos no joelho. Ainda não encontrei um sapato que combine com a roupa - não que eu tivesse muitas opções de calçados - . Mas enfim, não estou indo em nenhuma festa de gala ou algo assim, é apenas um barzinho de bairro e que provavelmente não estará tão cheio.

Decido colocar meu bom e velho all star preto mesmo. Meu celular não para de tocar, mas não pude atender, estava atrasado demais no meu processo de embelezamento. Às pressas, pego um frasco de perfume que muito provável irá acabar com apenas três espirradas. Não há muito o que fazer, acho que já estou mais do pronto. E, tudo bem se eu não estiver correspondendo com o padrão de moda da Seulgi, é o que temos para hoje.

Pela sétima vez o celular ecoa pelo cômodo, e então, atendo.

- Desça imediatamente, rapazinho. Está atrasado. - antes que eu a cumprimente, a ruiva ordena em um tom de voz exageradamente autoritário.

Sem ao menos esperar uma resposta, Seulgi encerra a ligação. Sei como aquela mulher fica quando se irrita, então, me apresso em pegar meu celular.

Me certifico de que não me esqueço de nada, então apago as luzes do AP e o tranco. Desço as escadas correndo, sem ao menos me importar com as luzes falhas que o corredor continha. Uma queda não é nada comparado à possível sequência de xingamentos irreconhecíveis da minha amiga.

Quando chego na portaria, vejo a ruiva debruçada com um cigarro na mão. Parece pensativa. Me aproximo lentamente para lhe dar um susto, mas ela se virou bem na hora, e acabou soltando a fumaça inalada bem na minha cara.

- Vaca - lhe dou um peteleco na testa e mostro a língua.

-- Cuzão. Você atrasou bastante, vamos log-... - a ruiva não termina a frase e me olha de cima para baixo com desdém. - É isso que você chama de estilo? Parece deprimido.

Reviro tanto os olhos que receio que não voltassem para seus lugares de novo. Adentro o veículo e inspiro profundamente ao sentir o aroma de lavanda que impregnava ali dentro. Pelo menos aqui não tem aquele cheiro horrível de cigarro. Não entendo como podem gostar tanto disso. Bom, provavelmente é mais pelo vício, porque definitivamente não há outro motivo para gostar dessa coisa.

Minha amiga entra no veículo segundos depois de mim. Foi o tempo que ela usou para jogar o cigarro fora. Antes que ela dê partida, conecto o cabo no meu celular e coloco minha playlist. A primeira música a tocar é "Sucker" do Jonas Brothers. Seulgi batuca no volante no ritmo da música enquanto eu cantarolo. Alguns fios de cabelo me incomodavam sempre que iam de encontro ao meu rosto, então decido deixar a janela entreaberta para que não ventasse tanto.

O silêncio que pairava no veículo era confortável. Nunca fui muito de conversar, mas quando conheci Seulgi, não foi diferente. Nos conhecemos no trabalho mesmo, e eu era novato ali. Lembro que precisavam de alguém criativo e proativo, não exigiam experiência. Eu precisava daquele emprego, a poupança não era o suficiente para o tratamento da minha mãe, e com a idade que eu tinha, com dezessete anos, era difícil conseguir uma vaga.

O Amor Floral - jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora