6. 🏡

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Lucien saiu do trabalho direto para casa, na intenção de ter o colo de Azriel após um dia extremamente cansativo e conversar sobre algo que simplesmente não conseguia mais ignorar.

Percebia o illyriano indiferente, distante. Precisava ter uma conversa limpa para entender o que estava acontecendo.

Não o encontrou. Esperou algumas horas, pois era costume o illyriano voltar para casa tarde da noite.

Tornou-se ansioso. Foi até o escritório, sem sucesso. Adentrou sorrateiramente a casa de Rhysand e Feyre, também sem sinal algum. Por último e menos provável, decidiu ir até o interior, na casa de Elain.

Algo dentro de si repuxava-se e fazia sua pele arder, algo como calor ou uma coceira insistente. Seu estômago estava há horas afundando de maneira estranha, como se estivesse nervoso ou ansioso.

Tamanha foi sua surpresa ao adentrar a residência e encontrar Azriel fazendo o mesmo, só que pela porta dos fundos e com Elain semi consciente nos braços.

— Onde estavam? Por que ela está coberta assim? — Aproximou-se preocupado.

— Porque a sua querida parceira achou que seria uma ótima ideia banhar-se em um lago frio à essa hora da noite.

Lucien franziu o cenho.

Elain escondeu o rosto no pescoço de Azriel. Não queria levar outra bronca.

— Sozinha?

— Com um amigo que você conhece bem.

Lucien engoliu em seco, então suspirou ao assentir tenso. Sabia que uma hora ou outra aquela história acabaria sobrando para seu lado.

— O que você tem na cabeça? — Azriel disse irritadiço.

— O que esperava que eu fizesse?!

— Não o conhecemos! O que acha que se passa pela cabeça de um moleque quando se está cheio de hormônios e a sós tarde da noite com uma fêmea bêbada?

Lucien suspirou. Olhou para Elain, esperando que ela dissesse algo para defender o amigo.

Ela continuou encolhida, lhe mirando com olhos úmidos e expressão entristecida.

— Ela não é criança, Azriel, e aposto que estava apenas se divertindo com o novo amigo. Não vou proibí-la de ter as próprias amizades. Isso sequer me cabe.

— Certo. — Assentiu carrancudo. — Eu faço, então.

— Não vai proibí-la de nada! Você ao menos ouve o absurdo que está dizendo?

— Você não se incomoda nem um pouco?! — Azriel devolveu alto, incrédulo.

Havia quase infartado ao chegar em casa e não achar Elain em canto algum. E então teve certeza que iria infartar ao vasculhar o perímetro e achá-la banhando-se com um macho, a noite e a sós.

— Isso não vem ao caso. — Lucien não gostava de admitir que estava com ciúmes. Azriel sabia. — Ela não tinha más intenções... Não é? — A olhou em busca de confirmação. Elain assentiu rápido, acuada. — Viu? Então por que não subimos e-

— Ela bebeu vinho com o moleque.

Lucien parou. Então cruzou os braços. Elain xingou baixinho.

— Vinho? — Azriel assentiu, como quem dizia eu avisei. — Que vinho?

— O que você veio deixar aqui ontem. — Respondeu carrancudo.

— Você fez isso? — A questionou alto, incrédulo. Elain escondeu o rosto no peito do illyriano. — Por quê? Eu trouxe para que você experimentasse conosco.

Corte de Carmélias e AmarílisOnde histórias criam vida. Descubra agora