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Elain tentava encontrar coragem para sair do quarto.

Havia ido até o quarto de Lucien e Azriel para dar a última dose do remédio. Os encontrou fazendo a malas para enfim voltarem para casa.

Feyre havia deixado com que ficasse por quanto tempo quisesse naquela casa, afirmando que Rhysand não se importaria. Era distante de Velaris, mas Elain havia se apegado tanto que doía só de pensar em ter que deixá-la.

Madja havia dado o aval a cerca de uma hora atrás. Fez uma análise minusciosa da saúde de Lucien e Azriel antes de dar o veredito. Por último, parabenizou Elain pelos excepcionais cuidados com os dois e então partiu.

Observava o vidro seco do remédio sobre sua cômoda.

Agora, estava acovardando-se porque sequer sabia se conseguiria olhá-los adequadamente para despedir-se depois de tudo.

Ainda sentia o beijo de Azriel em seu seio. Ainda via o olhar de Lucien em seus lábios.

Correu até a janela ao ouvir uma movimentação do lado de fora.

Rhysand e Morrigan estavam lado a lado, conversando entre si e fazendo piadas assim que Azriel saiu pela porta da frente trazendo uma mala. Elain soube que caçoavam da bengala.

Observou escondida pelo canto da janela Rhysand o abraçar e conversar por um tempo longo. Morrigan o abraçava sempre que podia e conversava com um sorriso bonito nos lábios carmim.

Lucien apareceu em seguida, com uma mochila nas costas e mala pequena em mãos.

Elain de alguma forma soube que Lucien sabia exatamente o que estava sentindo naquele instante. Soube porque eles sequer foram lhe procurar em seus aposentos para se despedirem.

A sensação de urgência cresceu dentro de si. Assim que viu Rhysand segurar ambos pelos ombros, correu para fora do quarto.

Seus pés batiam apressados no piso de madeira.

Eles não podiam ir.

Quase tropeçou no meio das escadas, mas ainda assim continuou correndo.

Abriu a porta da frente.

Lucien falava algo com Rhysand com a mão erguida no ar.

Elain soube que ele sentiu que estava a caminho.

Ofegante, sentiu o rosto esquentar quando a atenção dos quatro fixou-se em si. Estavam distantes, perto da cerca branca que arrodeava o terreno da casa.

Lucien e Azriel largaram as próprias malas para irem ao seu encontro, andou apressada na direção deles – quase correndo –, parando quando estava próxima o suficiente.

— Eu... — Tomou fôlego. — Me desculpem, eu...

— Achei que não fosse se despedir. — Azriel tirou uma mexa de cabelo insistente que caía em seu rosto.

Seu coração errou uma batida.

— Vocês tem que se cuidar. — Foi tudo o que conseguiu dizer.

Corte de Carmélias e AmarílisOnde histórias criam vida. Descubra agora