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VERÔNICA:

Verônica estava a entregar as últimas papeladas da doação ao padre quando o mesmo resolveu atender uma ligação...
Os olhos atentos da mulher pausando a assinatura para ouvir a conversa do cardeal sentado a sua frente na mesa escura lhe roubou total atenção... Principalmente quando ela soube que a ligação se tratava de Coraline.

-"Não se preocupe filha!Espero que fique bem!".(Disse o homem logo em seguida colocando o telefone sobre o gancho).

Verônica não sabia como perguntar,o receio de ser invasiva ou causar alguma curiosidade extra aos olhos do padre,a deixava receosa de lhe perguntar do que se tratava...Mas os santos agiram como tamanha  bondade naquela noite que a própria boca do padre lhe confessou o que ela não se atreveu a perguntar...

-"Era a irmã Coraline.Ligou para pedir desculpa por não ter vindo ensaiar as crianças,parece que passou mal!Essa gripe está pegando tanto de nossos irmãos,não é filha?...Que ela fique bem!".

-"É...".(Verônica deu um falso sorriso).

-"E então onde paramos?".




CORALINE:

-"E como seu coração está agora sabendo que ela irá se casar novamente?".(Angelina a perguntou).

-"Eu não sei!(Suspirou pesado ficando em silêncio em seguida)...Eu achei que lhe revelando e dando a entender que agora eu estava pronta para dar o que ela queria,tudo iria acontecer...Mas eu não pude sequer pensar que ela me queria no passado.Em um passado que já havia ficado há 34 anos atrás!".

-"Eu imag...".

A porta da sala foi batida duas vezes de forma delicada,mas o suficiente para tirar a atenção das mulheres que conversavam enquanto tomavam um chá...
Angelina se levantou e ao abrir a porta viu a loira parada do lado de fora naquela fria noite...
Os olhos de Coraline foram direcionados para trás vendo a mulher parada em sua porta a olha-la intensamente com um olhar que ela mais havia sido olhada.



VERÔNICA:

Eu estava travando uma guerra dentro de mim entre a minha razão e meus sentimentos...
Eu queria saber como ela estava!Mas minha razão tentava me desviar do caminho que meu coração me conduzia,e quando dei por mim lá estava eu,parada com meu carro na porteira da fazenda que a última vez que estive,era uma moça jovem com o coração quebrado em mil pedaços por perder por completo o amor de minha vida ao vê-la sair de carro deste mesmo caminho que estava em dúvida de seguir,com meu próprio irmão.

A ligação de Jair foi o que me tirou deste conflito,e em meio as lágrimas que percorriam meu rosto pálido em meio as lembranças jogada sobre a mesa,eu tive a ousadia de o atender e mentir na cara dura ao dizer que eu já estava em casa...

  E em meio a sua declaração de que me amava e que me veria amanhã eu encerrei a ligação,enxuguei meu rosto e adentrei com o carro a fazenda.

Um grande arrependimento circulou meu corpo quando a ventania tocou minha pele sem meu ardente casaco de veludo deixado sobre o banco do carro,e levando meu cabelo de um lado para o outro desfazendo o penteado que eu havia feito com muito cuidado.

Mas,parecia tarde demais para se arrepender,pois talvez minha presença já havia sido notada...
Então só dei rápidos passos em direção a grande mansão azul,e parada sobre a porta de madeira dei leves batidas com minhas mãos congeladas pelos ventos.

Quando a porta foi-me aberta meus olhos viram sobre o sofá fios loiros que eu poderia reconhecer até mesmo na mais densa escuridão...
A pele pálida se virou contra mim e eu pude ver os mesmos olhos azuis que me olharam anos atrás,o mesmo semblante delicado e doce...Como ela era doce e linda!Mesmo com os anos ela continuava a mesma a qual havia arrebatado meu coração.

A-ZUL-(Não Terminada).Onde histórias criam vida. Descubra agora