05 | Homeschooled

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—— CAPÍTULO CINCO,
“Homeschooled”

NATE DEU A SI MESMO UMA MISSÃO ÀQUELA TARDE: ele superaria as expectativas de Emily. Em todos os sentidos. Sabia que a garota havia ficado um pouco chateada e até sobrecarregada com o seu aviso tardio sobre a prova geral, então, desde que ela o ensinou a entender química – tudo bem, não entender, mas lidar com ela –, merecia muito mais em troca do que um aluno que esquecia sobre suas atividades porque a televisão reprisou O Poderoso Chefão.

O horário marcado para o "estudo especial" colidiu diretamente com o treino do basquete, o que era algo sagrado, que ele não podia faltar, mesmo que quisesse muito agradar Emily. Mas fez o seu melhor quando, após terem terminado, recusou gentilmente o convite dos amigos de irem até a casa de Elliot e tomar um banho de piscina com direito a cerveja gelada e sessão intensa de filmes do X-Men. Foi doloroso, mas era por uma causa maior.

A garota havia o mandado, dois dias antes, o seu endereço por mensagem de texto. Foi assim inclusive que ele conseguiu o número dela. Antes, se não fosse ou atrasasse aos estudos na biblioteca, ela teria de adivinhar pelo relógio de ponteiro pendurado na parede. De qualquer maneira, o Kravz não se importou de andar alguns quarteirões da quadra até lá – agora eles andavam treinando atrás da escola, que não era tão longe da casa de Emily, mas o moreno a via ir de carona com as amigas todos os dias.

Antigamente, com o namorado.

Quando chegou a porta dela, quatro e cinquenta e cinco – cinco minutos adiantado –, estava com uma blusa branca e corrente prata, com bermudas jeans e a mochila pendurada em apenas um dos ombros.

Emily atendeu após alguns minutos, usando uma blusa surrada com a escritura "Eu <3 Nova York", cujo algumas letras estavam lentamente desaparecendo de onde Nate poderia enxergar. Pareceu despreparada, não conseguindo esconder a expressão surpresa que enviou sinais diretos bem para o seu ego; não era uma competição, mas ele havia ganhado.

— Nate — ela disse, num suspiro. — Nate?

Perguntou, de cenho franzido.

— Nate! — confirmou, levantando o dedo indicador. — Cinco minutos adiantado.

A garota checou o relógio de pulso, abrindo um sorriso ladino com uma das sobrancelhas arqueadas logo após. — É mesmo. Parabéns. Vem, pode entrar.

Sentindo-se agraciado pelo elogio (?) feito pela garota, entrou com um sorriso convencido nos lábios à casa dela. Era uma casa simples, um padrão americano como esperava que fosse – afinal, ela morava numa vila onde todas as casas eram exatamente iguais, estrutura e tamanho. Apenas algumas cores se diferenciavam das outras, mas ele duvidava que o interior também.

Não deixava de ser confortável, parecia um lar. Havia acabado de entrar e sentia o cheiro de comida quentinha vindo da cozinha.

— Minha mãe está ali... Assando algumas coisas. Pode sentar ali pra esperar rapidinho?

A garota indicou com a cabeça a minúscula sala. Havia uma curtíssima quantidade de chão separando a ilha da cozinha e ali, um espaço que estava sendo preenchido por uma mesinha única com um pequeno vaso em cima. O garoto sentou-se no sofá, não sabendo se deveria se sentir tanto em casa.

Era uma sala cheia de decorações, vasos e o sofá onde estava sentado era cheio de estampas (e a poltrona ao seu lado também) a televisão estava ligada com o som murado, e em cima da mesinha de centro haviam alguns papéis que Nate reconheceu de longe. Se inclinou sob o móvel para poder dar uma olhada melhor.

Era o pôster da peça escolar “As Escadas”, que por acaso seria estrelado por Gabriela. Ele sabia disso porque sabia tudo sobre ela, tinha até as notificações do perfil do clube de teatro do colégio ativadas por causa disso. Lembrava-se de quase ter se inscrito ao saber que a garota precisava de um par romântico. Mas não queria ir assim tão longe.

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