—— CAPÍTULO NOVE,
“ nenhum dos dois ”
O DIA SEGUINTE FOI JUSTO COM EMILY. Ela acordou bem, muito melhor do que acordaria se tivesse passado a noite inteira afundando aquele sofá da festa até que seus amigos resolvessem dar algum sinal de vida.
Isso a fez acordar bem tranquila na segunda-feira, grande parte também porque não precisou ver Archie bem cedo pela manhã, já que decidiu ir andando com sua mãe até a escola – o que não é algo que ela normalmente gostaria, mas fazia parte do pacote evite-seu-melhor-amigo para ela, e o hábitos-saudáveis-repetinos para Hana.
Fazia mais ou menos uma semana que sua mãe começou a adotar novos hábitos saudáveis do nada. O tédio trazia algumas coisas estranhas à rotina dela, mas Emily nunca se importava em apoiá-la. Mesmo quando, na semana passada, a ideia da vez fosse comer comida artesanal. Não durou muito porque nenhuma das duas conseguia mastigar aquilo por muito tempo sem sentir vontade de vomitar. Caminhar até a escola parecia um pouco mais aceitável.
Elas se despediram na porta, com um abraço e um beijo, a mulher mais velha sussurrou em seu ouvido: — Estou feliz por ter vindo comigo hoje. — com um sorrisinho pequeno, e saiu andando para seu próprio trabalho.
A morena apenas a assistiu se afastando. A única coisa boa sobre Johnny estar fora era que Emily estava passando mais tempo em casa e, com isso, tinha mais tempo com sua mãe. Agora eles passavam quase todos os fins de semana – exceto o último – assistindo a filmes ou cozinhando juntas. Ela sabia que sua mãe também estava valorizando o tempo que passavam, mas também estava preocupada por não estar saindo muito, praticamente nada, com a ausência do namorado. Aí estava mais um motivo para ela ter ido na festa. A atitude de Nate foi legal.
Andar pelos corredores também foi engraçado, porque talvez o sentimento de ter visto absolutamente todas as pessoas caindo de bêbadas no dia anterior fosse normal para c resto dos alunos, mas para ela, não. Foi divertido olhar para os seus rostos e tentar lembrar de seus estados na noite anterior. A maioria estava bem lá, mas, no pós, terríveis. E deveriam estar acostumados.
Andar pelos corredores também foi legal, porque ela conseguiu ver quase todo mundo que estava na festa ontem à noite. Curiosamente, todas elas estavam com uma careta entregando suas ressacas. Parecendo cansados para caramba, mas ontem ela se lembrava deles elétricos na pista de dança. Eles provavelmente já estavam acostumados com isso a este ponto – não era um privilégio que tinha, mas ela nunca foi de beber, então não fazia diferença de qualquer maneira.
A noite com Nate não foi horrível. Foi definitivamente melhor do que qualquer coisa que pudesse ter feito se tivesse continuado com Nick, ou então sozinha. Depois da música tocar no carro, o atleta se abriu sobre o interesse em Cigarettes After Sex e segredou para ela que era um refúgio que conheceu sem querer aos doze anos. A história quase como a dela. Mesmo tímido, confessou que era costume ouvir e a banda era agora uma das suas favoritas.
Os dois ficaram pelo menos mais uma hora dentro daquele carro antes do garoto levá-la para casa. Até o fim, o Kravz se negou a dividir aquele maldito balde de frango e ainda terminou de comer o de Emily no caminho de volta para casa dela. Com isso, não deu uma palavra para sua mãe sobre quem havia a levado para casa, assim como para seus amigos. Depois da meia-noite ou até mais cedo, recebeu muitas mensagens dos dois, e ela optou por não responder nenhuma.
Podia ser atoa, mas sobrou ressentimento – o maior motivo pelo qual havia ido. Tudo bem, existia o convite de Nate, porém ela nunca iria se arriscar de ir dependendo apenas dele, sabendo que tinha seus próprios amigos e problemas. E por isso não foi. Ida e Archie passaram a semana inteira tentando convencê-la de ir e, quando deu certo, se perderam no segundo em que entraram lá.
