Capítulo 4

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                                        Grego🍁

Dia já começou daquele jeitão, fui logo no meu barbeiro que não é um barbeiro, é um pai!
Tomei um banho rapidão e coloquei uma bermuda preta, calcei minha kenner e joguei minha peita do mengão no ombro. Nem quis tomar café, dona Rosângela já quis brigar comigo, ela quem "cuida" de mim desde que minha coroa partiu. Pra não deixar ela com tanta raiva, eu peguei um pedaço do bolo que ela fez.

Rosângela: Meu filho, senta aqui e come direito.

Grego: Que nada dona Rosângela, depois eu como. E ó, pode parar de trabalhar aí, vai no salão arrumar esses pentelhos seus, que eu quero a senhora bem bonita no pagode hoje. - Puxei cinco notas de 200 pra ela, sei lá quanto custa esses bagulho de mulher, só sei que é caro.

Rosângela: Para com isso Gabriel, e pentelho é isso aí que tá no meio do seu cu. E eu não tenho mais idade pra pagode não, vou botar meus pezinhos pra cima e dormir a tarde toda, de noite vou na casa da Neide, que chegou de viagem - Disse tirando o avental do corpo.

Grego: Ih ala, tá negando é? Pois pode ficar em casa se quiser, mas o dinheiro é da senhora, aqui ninguém é escravo pra trabalhar de graça não, a senhora ainda merece mais que isso.

Dona Rosângela fortaleceu muito mané, eu não sei fazer nem um arroz, e ela se prontificou sozinha pra cuidar de mim, só pela consideração que ela tinha pela minha mãe. Sempre que consigo eu dou uma quantia boa pra ela, ainda to no projeto de reformar a casa dela, construir o próprio palácio pra veinha. Ela tem filho, mas eles não dão a mínima pra ela, viraram tudo playba lá no exterior e esqueceram da mãe. Mas ela tem a mim, e sempre vai ter, nunca vai faltar nada pra ela não.

Rosângela: Ai Gabriel, eu não sei mais o que fazer com você - Negou com a cabeça e pegou o dinheiro da minha mão - Mil reais, Gabriel? Vou gastar isso aqui com o que? Tá doido é menino? - Deu aquelas risadas de velho fumante.

Grego: Isso aí já não é comigo, o dinheiro agora é seu, agora tchau meu amor. - Dei um beijo na testa dela e peguei a chave da minha moto.

Passei pela frente da casa do Bn e a irmã dele tava lá, gostosa demais, da não. Tava de shortinho, uma camisa azul grandona e aqueles cachos presos, tava fazendo faxina acho que nem me viu. Só de ver ela me bate um arrepio estranho, tá repreendido meu Deus.

Chegando lá no Filipão, meu barbeiro de fé, a resenha tava feita. Tava Bn, C1, Fp, Lc e o Ph lá, tudo sem camisa cantando pagode. Dei risada e desci da moto.

C1: O cuzão mais cuzão desse morro chegou - Disse abrindo uma garrafa de cerveja e tomando depois.

Aqui é assim, até no barbeiro a gente faz festa.

Fp: E aí chefia - Fez toque comigo enquanto eu entrava.

Grego: E aí bando de pau no cu preguiçoso, trabalhar ninguém trabalha né não? - Tirei a camisa e peguei uma cerveja também.

Lc: Meu trabalho contigo é só na cama, gostoso - Me deu um pescotapa.

Grego: Vai tifu vai, sou viado não seu otário. - Dei um socão nele e passei a mão onde ele me deu o tapa.

Filipão: Parou a putaria aí, quem vai ser o primeiro nessa porra? Tenho que me alinhar também caralho. Minha mulher já perguntou se eu to virando lobisomem. - Falou e geral riu.

Filipão é casado já a 3 anos, tem até filho o viado. Thiago o nome, mas a gente chama de Th, 5 anos e apronta mais que todas as crianças do morro juntas.

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