45. Aegon

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Aegon


Logo após a conversa com Christian, Maya e eu fomos trazidos para a casa de Zadoque.

Era um lugar escondido e aconchegante. Christian havia deixado uma equipe de soldados vigiando o perímetro da casa.
Sair de Conquer havia sido a melhor coisa que tinha nos acontecido. Eu sentia falta da minha terra, mas não do soberano que reinava sobre ela. Sentia falta das boas pessoas, que confiavam em mim.

Lembrava da promessa que havia feito aquela serva de não esquecer deles.

Eu nunca esqueceria. Eu sempre orava e pedia a Deus uma forma de derrotar Menelau e aquela parecia ser a melhor oportunidade.
O povo precisava ser livre para ir e vir.

Dois dias se passaram até que Pérola nos visitasse.

Estávamos praticando luta, caso fosse necessário. 

-Aegon, se eu der um soco assim não terá o mesmo efeito? -Pérola perguntou.

-Não,  você precisa proteger a retaguarda. -Eu ensinei a ela.
-Entendi. -Ela disse repetindo o movimento que eu fiz.

Diversos motivos me faziam querer lutar, resistir, resgatar o que havia sido perdido.

E ainda tinha outro motivo: ela.
Apesar de saber da situação em que me encontrava, sem lar, sendo perseguido e com um alvo nas costas, eu queria estar ao lado dela.

Ao olhar ela praticando a luta, eu via uma guerreira, uma mulher que não aceitava perder. Ela era sensível aos outros, mas ao mesmo tempo era destemida.

-Você precisa disfarçar um pouco mais. -Maya disse baixinho.

-O quê ? -Perguntei confuso.

-Do jeito que olha para ela, qualquer um pode perceber. -Ela disse. -O rei Christian vai te matar e você vai complicar mais a nossa situação aqui. -Avisou.

-Não quero falar sobre isso. -Falei.

-Não quero que se machuque, Aegon. Você é a minha família. -Ela disse segurando a minha mão. -Você não vê o quanto eles se...

-Não. Eu não vejo, pois ainda não anunciaram um casamento.

-É claro que não anunciaram. Estamos no meio de uma guerra, mas você sabe o que ela sente... -Maya alertou.

-Chega, Maya. -Eu disse. -Não se preocupe com isso. -Baguncei o cabelo dela.

-Tá bom. -Ela disse revirando os olhos.

Eu mantive a compostura e fingi que as palavras de Maya não haviam me atingido, mas não era assim.

Quanto mais tempo eu passava perto dela, mais acreditava que Pérola era a pessoa que deveria estar ao meu lado.

Eu me apegava a isso a cada dia.
Christian era um ótimo rei e estava claro o quanto ele gostava de Pérola, mas eu precisava tentar.  Após aquela conversa  com ele,  algumas palavras me incomodaram, mas eu não iria desistir.

Eu não podia abrir mão dela sem ao menos lutar.

Se ela estava ali, significava que se preocupava conosco, ela sempre demonstrava gratidão,  então, a esperança crescia dentro de mim. Eu precisava contar a ela.

-Meninas, hoje farei um jantar especial para nós. -Eu disse.

-Não sabia que você cozinha.-Pérola comentou.

-Tive que aprender depois que nossos pais partiram. -Eu expliquei.

-Sim, ele cozinha bem. -Maya comentou.

-Um soldado virá me buscar logo após o jantar para que ninguém possa perceber minha ausência. -Ela explicou.

-Mas já? -Maya perguntou.

-Sim, mas virei visitá-los sempre que for possível. Christian está lidando com a insatisfação do Conselho. Eles querem saber aonde vocês estão. -Ela comentou. -Por isso, preciso ser discreta.

-Entendo. -Eu comentei.

Maya e Pérola continuaram praticando luta, enquanto eu preparava o jantar.

Eu estava nervoso. Nervoso para ver a reação dela.

Se ela realmente estivesse decidida sobre Christian, eles já não estariam noivos? O Conselho já não teria aprovado o relacionamento? Ela queria ser rainha? E se não quisesse, estava se sentindo pressionada? Seria eu, a melhor saída para ela? Eu tinha esperança que sim.

Após horas e horas preparando o jantar, a noite chegou.

Pérola e Maya foram se arrumar, enquanto eu terminava os últimos ajustes para a sala ficar com um clima agradável.

Coloquei a melhor roupa que havia recebido no Palácio e desci para  aguardá-las.

Maya surgiu com um vestido amarelo, estilo princesa e Pérola desceu as escadas usando um vestido azul escuro, discreto, mas que a deixava incrivelmente linda.

-Aegon. -Maya sussurrou meu nome ao meu lado. -O que você vai fazer? -Perguntou.

-Vou contar a ela. Quando acabar o jantar, nos deixe a sós. -Eu disse a ela.

-Aegon, você vai se arrepender disso...-Maya alertou.

-Faça o que estou pedindo. Eu tomo minhas próprias decisões. -Acrescentei.

-Nossa! O cheiro está ótimo! -Pérola comentou quando se aproximou de nós.

-Obrigado. Podem se servir. -Avisei.

A comida mal descia pela minha garganta. Uma inquietação dentro de mim.  Eu estava sem paz, mas decidi prosseguir. Eu precisava me declarar.

Maya acabou de jantar e me olhou de soslaio. Eu pisquei para ela, que me olhou com compaixão.

-Com licença,  eu vou descansar, Pérola. -Ela disse. -Obrigada por ter vindo nos visitar. -Maya disse abraçando Pérola.

-Mas já? -Pérola perguntou surpresa. -Tudo bem, em breve voltarei ao palácio. -Pérola disse afagando o cabelo de Maya. -Se cuide, princesinha.

-Obrigada, Pérola.

Pérola assentiu e Maya subiu as escadas.

-Obrigada, Aegon. -Ela disse. -Eu estou satisfeita com o jantar. O soldado deve  vir me buscar em breve.

Eu assenti.

-Pérola, gostaria de aproveitar para conversar com você sobre algo importante.

-Sim, claro. -Ela disse. -Vocês estão precisando de algo? -Ela perguntou atenta.

-Não, não é isso. -Comecei. – Você lembra quando nos conhecemos?  Ainda que ferida, você orou pelo rei Menelau. Orou por todos nós.  Nunca vou esquecer disso. -Eu falei.

-Sim, eu lembro disso. Vocês me ajudaram muito. Serei eternamente grata. -Ela disse. -Maya e você cuidaram das minhas feridas e me ajudaram a escapar. -Continuou.

-Sim, nós te ajudamos, mas você também me ajudou Pérola. -Eu disse e ela me olhou surpresa. -Você me deu coragem para fugir de Conquer, me deu esperança, pois sua determinação é admirável... -Fiz uma pausa olhando nos olhos dela. -Você é admirável, Pérola e por isso, me apaixonei por você no momento em que te conheci. -Confessei.

Ela me olhou surpresa e boquiaberta.

-Aegon, eu... -Ela disse nervosa.

-Por favor, me deixe terminar. Levei muito tempo para tomar coragem. -Eu disse. -Apesar da minha origem,  será que poderia considerar me entregar seu coração, Pérola? Não posso prometer um castelo, riquezas e luxo, mas posso prometer protegê-la e amá-la para sempre. -Pedi ajoelhando ao lado dela e abrindo a caixinha com o anel.

Ela cobriu sua boca com as mãos. Seu olhar era de completa surpresa.

Meu coração estava disparado. O sangue corria com fluxo intenso pelas minhas veias.

-Pérola,  você aceita se casar comigo? -Perguntei.




Oie, leãozinhos

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Oie, leãozinhos.  🦁 que babadooo, gente! 👀
Quem gostou de ter um capítulo na visão do Aegon?
Vocês acham que a Pérola vai aceitar? 👀

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