40. Revolta

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                        Christian

Caminhei em direção à entrada do Castelo e vi uma multidão de pessoas gritando de forma descontrolada.
Era um cenário caótico.

-Povo de Hézeq, me ouçam!- Ordenei.

-Rei Christian, expulse os conquerianos! Eles mataram o nosso povo! -Um homem gritou.

-Sim, mate-os também! Queremos justiça! – Uma mulher berrou.

A multidão ao redor concordou.

-Então, todos concordam em matar os conquerianos? -Perguntei.

A multidão gritou afirmando.

-Então, traga eles até aqui, soldado.  -Eu pedi.

Maya estava com um olhar assustado e Aegon estava em postura de defesa.

-Eles estão aqui! Mate-os, rei Christian! -A população pedia enfurecida.

Após ouvir isso, Aegon me olhou com desconfiança e colocou Maya atrás dele.

-Silêncio! -Ordenei e a multidão se calou. -Prestem atenção no que vou dizer. – Falei pausadamente. -O povo conqueriano é refém de Menelau Hassar. Eles não são livres. São proibidos de sair de Conquer sob pena de morte. Eles trabalham dia e noite para sustentar os luxos do rei. Maya e Aegon, os conquerianos, que estão aqui ao meu lado são cristãos e arriscaram suas vidas para salvar Pérola, a engenheira de Hézeq que foi sequestrada por Menelau. -Eu apontei para eles. -Olhem para eles. Aegon está ferido. Maya ainda é praticamente uma criança. Arriscaram suas vidas por alguém que nem conheciam e decidiram morar em um Reino que ouviram dizer que era diferente do terror que eles viviam.

O povo começou a se entreolhar  e outros pareciam refletir.

-Reprovamos aquilo que Menelau fez com inúmeras pessoas, mas vamos fazer o mesmo que ele fez conosco? Vamos nos vingar derramando sangue inocente? -Perguntei.

O silêncio permaneceu.

-Não. Não quero derramar sangue inocente. -O senhor João afirmou.

Diversas pessoas encararam ele. Algumas pessoas assentiram e outras pareciam relutantes.

- O rei Menelau irá pagar por tudo que fez, mas não podemos agir da mesma forma que ele. -Uma senhora afirmou.

-Ele matou o meu filho! Quero justiça! -Uma mulher gritou em prantos.

Me aproximei dela e apertei sua mão.

-Eu lamento pela sua perda. -Falei. -Eu prometo que iremos fazer justiça, ele não sairá impune, mas não dessa forma. Não tirando a vida de pessoas inocentes como seu filho também era. -Falei com gentileza.
 
-Eu sinto falta do meu filho. -Ela disse ainda chorando.

-Eu entendo a dor de ter um ente querido tirado de você. -Apertei a mão dela.- Meu irmão foi assassinado pelo meu pai e eu não pude fazer nada.

Ela me dirigiu um olhar compreensivo.

E como a paz que somente o Espírito Santo é capaz de trazer, o povo começou a se acalmar. As expressões nos rostos eram de compreensão e não mais de fúria.

Maya se aproximou da mulher que estava chorando e entregou para ela uma pulseira  marrom na qual estava escrito  “ o amor cura a alma”.

-Essa pulseira era da minha mãe. Ela sempre falava essa frase e agora está gravada no meu coração. Quero te dar de presente, pois sei que o amor cura a alma mais angustiada.

A mulher mirou Maya com um olhar de profunda gratidão e a abraçou.

Aquele ato de amor e empatia fez com que todos ficassem em silêncio, observando o agir de Deus.

-Povo de Hézeq,  a resposta para os problemas do nosso Reino é o amor e a confiança uns nos outros. Peço que venham diretamente a mim quando tiverem algo a pedir. Não estou sentado em um trono para ordenar, mas para servi-los. De nada serve uma coroa se não posso ajudar o meu próximo.

-Sim, rei Christian. Perdoe o nosso comportamento. Deixamos o medo dominar nossos corações. -Um jovem de pediu.

-O medo nos leva a tomar atitudes impensadas. Eu compreendo e quero que confiem que cada atitude que tomo é pensando no melhor para todos nós.

Alguns assentiram. Me aproximei de Maya e ela me olhava com um olhar indecifrável.

-Obrigado. -Falei. -Irei providenciar um quarto mais confortável e discreto para vocês. -Eu disse.
-Eu só queria dizer algo para o seu povo. Posso? -Ela perguntou.
Eu assenti.

-Em Conquer não podemos expressar nossa opinião sobre o rei. Não podemos servir a Deus de forma livre. Não podemos ir embora. Não podemos fazer nada além de trabalhar. -Ela disse. -Meus pais foram assassinados por causa da fé deles em Jesus. -Ela disse com dificuldade. -Eu só queria dizer que se o rei  Menelau fosse metade do que o  rei Christian é, eu choraria de gratidão. Sejam gratos a Deus por ter um rei como ele. Em Conquer, qualquer um daria tudo para ter essa oportunidade. -Ela encerrou.
Eu apertei o ombro dela em agradecimento. Aegon abraçou a irmã na intenção de protegê-la e entramos no castelo.

Agora eu precisava lidar com o Conselho Real e me preparar para uma retaliação de Conquer.


Leãozinhos, me perdoem pela demora

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Leãozinhos, me perdoem pela demora. Eu realmente fiquei muito enrolada, mas já estou trabalhando no próximo capítulo também.
O que estão achando?

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