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Harry acordou com a cabeça latejando. Quando abriu os olhos e se sentou, percebeu que não estava em seu quarto, nem em sua cama. Olhou ao redor, e lembrou das cinco garrafas de vinho que ele e Malfoy tinham dividido no dia anterior, notando que estava no sofá de Draco.
Certo. Pelo menos era o sofá, não é mesmo?

— Puta merda — ele sussurrou quando viu o horário e percebeu que ele e o sonserino estavam a cinco minutos de começar a primeira aula da manhã. — Merda, merda — o moreno foi correndo para o quarto do sonserino e nem mesmo se importou que ele não vestia nada além de uma cueca quando começou a chacoalhar seu corpo para que acordasse.

— Que merda, Potter — Draco disse assim que abriu os olhos, e então os franziu. — Potter?
Harry achava que era exatamente assim que seu rosto havia feito alguns segundos antes: confusão, percepção e desespero.

— Que horas tem?

— Faltam só cinco minutos.

Os ombros de Draco relaxaram.

— Pro café? Merlim, você quase me matou de susto.

— Pra aula, Malfoy. Estamos super atrasados.

— Puta que pariu — o loiro disse, levantando da cama e também ignorando o fato de estar só de cueca ao abrir o guarda roupa e tirar duas mudas de roupa, uma para ele e outra para Harry. — Está esperando o que? Comece a se vestir!

O grifano achou sábio não dizer que estava olhando para a bunda do outro, coberta por uma cueca branca quase transparente.

— Certo, sim.

Ele se vestiu com as roupas de Draco, uma calça de alfaiataria bordô e uma camisa social branca. Não era bem o seu estilo, mas havia ficado bem nelas, então tudo bem. Malfoy vestia uma camisa e calça preta, o que contrastava com seu tom de pele pálido e seu cabelo loiro, deixando o azul de seus olhos brilhar ainda mais. Ele estava...

— Você tem que me deixar ser seu estilista — foi o que o sonserino disse, e Potter estava agitado o suficiente para não perceber o tom de embargo em sua voz.

— Temos que ir — foi tudo que ele disse em resposta, e os dois passaram a correr contra o tempo para chegarem em suas respectivas salas a tempo.

Não foi possível, é claro. Harry chegou dez minutos atrasado, com o rosto suado e a respiração falhando. Graças a Merlim, a primeira aula da manhã era com os primeiranistas, que não tinham coragem suficiente para reclamar de nada.
Ele viu que Ophiuchus estava na sala já, e talvez fosse esse o motivo dos alunos não terem se movido, hipnotizados pela serpente que rondava o cômodo como uma segurança.

— Obrigada, Ophiuchus — ele disse na língua das cobras, e ouviu um agradecimento do amigo.

Todos os alunos trancaram a respiração com isso.

— Bem, abram os livros na página 30. Esse feitiço é um pouco mais complicado, então precisaremos da teoria antes de começar a prática...

Todos os alunos se agitam em fazer o que o professor havia mandado.

                                    •••••

Harry deu todas as suas aulas normalmente. No fim de sua aula com o terceiro ano da sonserina e grifinória, no entanto, ele percebeu que Albus ainda não havia saído.

— Sim, filho?

— Precisamos conversar.

— Certo, pode falar.

— Vamos indo para o salão principal, eu tenho aula no primeiro horário hoje a tarde.

Harry não discutiu. Ao contrário de James, as aulas eram mesmo importantes para o mais novo. Depois de alguns minutos em silêncio, ele ouviu a voz do filho.

Um lar de olhos azuisOnde histórias criam vida. Descubra agora